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Família que socorreu estudante em rave diz que não viu ferimentos

Mulher disse que cuidou de Ana Carolina até a chegada dos familiares da jovem de 19 anos: ela morreu cerca de 15h após ir para casa

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Mãe e irmão da jovem que morreu após ir a uma festa de música eletrônica.
1 de 1 Mãe e irmão da jovem que morreu após ir a uma festa de música eletrônica. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Um jovem que abrigou a estudante de enfermagem Ana Carolina Lessa, 19 anos, após supostamente tê-la encontrado jogada no chão do estacionamento de uma festa rave, no último domingo (24/6), disse ao Metrópoles que não percebeu ferimentos ao levá-la para casa, atendendo a pedido de um amigo em comum. Segundo ele, a garota apresentava sinais de ter consumido drogas.

“Nosso amigo pediu para eu levar ela para a minha casa [em Ceilândia]. Eu não queria porque minha mãe ia surtar, mas acabei levando. Ela tinha pedido para o amigo não mandar a localização dela, mas ele mandou mesmo assim e, de madrugada [de domingo], chegaram dois carros”, disse o rapaz, que não quis ter o nome divulgado. “A gente ficou com medo, mas quando fomos ver, era uma mulher e disse que era a mãe da menina. Ela comentou que era um exagero divulgarem como se a moça estivesse desaparecida”, detalhou o rapaz.

Ao chegarem na casa do jovem, segundo ele contou, a estudante tomou banho, recebeu roupas limpas, cobertores e foi alimentada. “Minha mãe cuidou dela”, garantiu. Além da mãe da garota, Valda Lessa (de óculos escuro na imagem em destaque), um grupo de amigos foi ao encontro da jovem e a levou para casa, em Arniqueiras. Ana, porém, passou mal nessa segunda-feira (25) e precisou ser hospitalizada. Por volta das 15h, após duas paradas cardíacas e falência renal, ela morreu.

Em depoimento na delegacia do Cruzeiro, a mãe da estudante negou conhecer as pessoas com quem a filha estava e garantiu que a menina não era usuária de drogas. No hospital, ficou constatado a presença de hematomas e escoriações nos braços e pernas da jovem, além de ferimentos na região genital e ânus. Há suspeita de que ela tenha sido estuprada, mas o exame que pode comprovar a hipótese não está pronto.

Segundo a mãe do rapaz que a recebeu, Ana Carolina parecia bem quando chegou em sua casa. “Ela deitou na rede e disse que estava muito frio. Eu peguei um lençol e a cobri. Ela perguntou se a água do chuveiro era quentinha, me pediu uma escova e um creme para o cabelo e foi para o banho”, detalhou a mulher, também sob condição de anonimato.

“Depois, eu ajudei a vestir uma blusa nela, mas não vi machucado. Ela é bem branquinha, mas eu não vi nada. Quando a mãe dela chegou, até me agradeceu por ter cuidado da filha”, disse a mãe do rapaz. Ao contatar o Metrópoles pela primeira vez, na segunda-feira à noite (25), o garoto afirmou não ter tido coragem, até então, de contar para mãe dele que a menina havia morrido.

Reprodução

 

Desaparecimento
Ana Carolina Lessa chegou a ser considerada desaparecida: ela não deu notícias após sair de casa na noite de sábado (23), para ir à festa de música eletrônica Arraiá Psicodélico. Só foi localizada por volta da meia-noite de domingo (24).

Em sua própria casa, a jovem dormiu, mas começou a passar mal. Como não apresentava melhoras, a família decidiu levá-la ao Hospital São Mateus, no Cruzeiro. Ana Carolina deu entrada por volta das 11h e morreu às 15h desta segunda (25).

Como Ana Carolina não era usuária de drogas, segundo amigos e parentes, a família suspeita que, caso seja confirmada a ingestão de substâncias psicotrópicas, a menina tenha sido forçada a usá-las. “Minha filha nunca usou nada. Ela ingeria bebida alcoólica como muitos jovens da idade dela, mas droga, nunca”, disse a mãe, Valda Lessa, em depoimento na 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro, onde o caso é investigado. Ela sustentou o mesmo em entrevista ao Metrópoles (veja vídeo abaixo).

 

Procurado pela reportagem, o produtor da festa Arraiá Psicodélico, realizada na Fazenda Ferradura – DF-180, divisa do Recanto das Emas com Santo Antônio do Descoberto (GO) –, disse que conversaria com o chefe e retornaria o telefonema para comentar o caso. Mas não ligou novamente nem atendeu mais as ligações até a publicação desta matéria.

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