Família presa em operação é acusada de ser braço armado da grilagem no DF
Operação da PCDF e do MPDFT investiga grilagem, tráfico de drogas e homicídios na região do Sol Nascente. Até agora, 10 pessoas foram presas
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram, na manhã desta terça-feira (16/06), a terceira fase da Operação Horus. Na ação, foram presas, até a última atualização da reportagem, 10 pessoas. Seis delas eram da mesma família, moradora do Sol Nascente.
De acordo com informações dos policiais, o pai é suspeito de ser o líder da organização criminosa, chamada Comando Sol Nascente. Os filhos seriam responsáveis por homicídios – um deles teria começado a atuar no crime ainda quando era menor –, enquanto a mãe ficaria no apoio, dava guarida a eles e guardava armas.
A família formava uma espécie de braço armado da organização criminosa, no qual o pai lideraria e montaria a logística para a ação dos outros.
Veja os vídeos:
Policiais da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) e integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) saíram para cumprir 17 mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Ceilândia e no sistema prisional do DF.
Os alvos são integrantes de uma facção criminosa chamada Comando Sol Nascente. Eles são suspeitos de dar suporte a grileiros de terras presos na fase anterior da Operação Horus, em setembro de 2019. A facção agia como o braço armado, com ameaças e homicídios contra grileiros rivais. Também intimidavam moradores e comandavam o tráfico de drogas na região.
“Com essa terceira fase, a organização (Comando Sol Nascente) acabou sendo totalmente desarticulada”, acredita o delegado Adriano Valente, da Gaeco.
O objetivo é desarticular o núcleo de uma organização criminosa acusada de invadir terras públicas, lotear e comercializar os parcelamentos no Sol Nascente. A ação é feita pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Histórico
As investigações são feitas, desde 2015, pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Entre 2009 e 2015, segundo a polícia, foram registradas 224 tentativas de homicídio; 205 homicídios consumados e 113 ocorrências de tráfico de drogas no Sol Nascente. A suspeita é que grande parte desses crimes foi praticado pelo grupo, por grupos rivais ou em decorrência de disputas por terras.
A segunda fase aconteceu no dia 3 de setembro de 2019. Também no ano passado foi realizada a primeira fase, em maio. Um dos detidos foi o primeiro-sargento João Batista Firmo Ferreira. O PM é tio da primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, mulher do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).