Família dos 8 desaparecidos no DF tem esperança de que eles estejam vivos: “Fé”
PCDF investiga sumiço da cabeleireira Elizamar da Silva, dos filhos, do marido, dos avós e de uma tia das crianças; 6 corpos foram achados
atualizado
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A família de Elizamar da Silva, 39 anos, ainda tem esperança de que a mulher seja encontrada com vida: “Temos fé”. A cabeleireira é integrante da família de oito pessoas que estão desaparecidas desde a última quinta-feira (12/1). O veículo da mulher foi encontrado carbonizado no fim de semana, no Entorno do Distrito Federal, com quatro corpos dentro. Um teste de DNA será feito para confirmar se os corpos são ou não de Elizamar e dos três filhos, todos crianças.
O Metrópoles conversou com outros filhos da empresária. Eles comentaram que, apesar de ser muito difícil, ainda esperam “receber a informação que eles estão vivos”. Por estarem abalados, a família preferiu não se identificar e nem dar outras declarações no momento.
Os jovens são enteados de Thiago Gabriel Belchior, 30, que também está desaparecido. As três crianças dadas até então como desaparecidas são fruto do relacionamento entre Thiago e Elizamar.
Na madrugada dessa segunda-feira (16/1), a polícia localizou um outro veículo – um Siena – na BR-251, altura de Unaí (MG). Dentro havia duas pessoas mortas, carbonizadas. O automóvel pertence ao sogro da cabeleireira. Agora, ao todo, além de Elizamar e seus três filhos, a polícia trabalha com o sumiço de Thiago Gabriel, os pais dele, de 52 e 54 anos, e a irmã dele, tia das crianças, 25.
“Até o momento, não temos informações se esses dois corpos localizados hoje são dos desaparecidos. As diligências prosseguem no sentido de elucidar a dinâmica dos fatos e autoria dos crimes”, explica o delegado-adjunto da 6ª DP (Paranoá), Achilles de Oliveira.
Desaparecimento
Elizamar sumiu na quinta-feira (12/1), ao sair da casa da sogra com os filhos, em um condomínio no Itapoã. No dia seguinte, a polícia encontrou um carro carbonizado, semelhante ao da cabeleireira, e com os quatro corpos dentro.
O veículo estava na altura do Km 69 da GO-436, em Luziânia (GO). A família soube da notícia no domingo (15/1), data em que Thiago Gabriel também desapareceu.
Antes de ir a casa da sogra, Elizamar deixou o salão do qual é dona, na 307 Norte, com os filhos e uma funcionária. A passageira recebeu carona até uma parada de ônibus e, por volta das 22h, informou à empresária que havia desembarcado do transporte público.
Nesse momento, a cabeleireira respondeu que chegava ao condomínio da sogra. A funcionária voltou a se comunicar com a patroa cerca de 40 minutos depois, mas não teve mais resposta.
O filho mais velho de Elizamar contou à polícia que a mãe passou pelo condomínio da sogra para buscar o marido. Ele acrescentou que Thiago Gabriel se desentendeu com a companheira e que continuou no Paranoá depois de a empresária deixar o local com os filhos.
Veículo carbonizado
Os quatro corpos carbonizados encontrados dentro do um Clio preto de Elizamar foram conduzidos para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Luziânia, onde passam por perícia.
Ao analisar o histórico de localização do celular da cabeleireira, foi possível comprovar que ela ficou no condomínio da sogra por cerca de 20 minutos. Depois, passou por um posto de gasolina, por volta das 0h30, e depois disso, na BR-260. O último registro foi às 23h21 de quinta-feira (12/1), quando o aplicativo indicou “não há modo trajeto”.