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Família do professor envenenado: “Hipótese de suicídio é zero”

A possibilidade é considerada na investigação realizada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central)

atualizado

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Ao Metrópoles, na manhã desta terça-feira (18/02/2020), familiares do professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos, afirmaram não acreditar que o docente, morto após ingerir chumbinho, tenha cometido suicídio. A hipótese é considerada na investigação realizada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).

O chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laércio Rossetto, revelou nesse sábado (15/02/2020) que suicídio é uma das linhas de investigação do caso. A outra hipótese é homicídio.

Sob condição de anonimato, uma familiar afirmou que o servidor tinha planos a curto e longo prazos, como ingressos para um partida de futebol e ambições profissionais. “Era um homem cheio de amor pela família. Cheio de projetos. Inclusive, ele esperava sair o concurso dos sonhos dele. Tinha um jogo do Flamengo programado com amigos e muito mais. Sem tendência a suicídio. Isso é zero”, relatou.

“Temos certeza de que foi homicídio. A filha dele, de sete anos, chora todos os dias. Jamais, jamais, jamais ele cometeria suicídio”, afirmou.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) aguarda laudos para concluir as investigações sobre a morte do educador.

Reprodução simulada

Ex-diretor do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 Norte, Odailton passou mal na instituição, em 30 de janeiro de 2020, e morreu cinco dias depois. A corporação já sabe que a causa da morte é envenenamento.

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Escola onde o professor começou a passar mal antes de morrer
O professor morreu por envenenamento
Faixa no CEF 410 Norte: "Luto"
A faixa foi colocada momentos após a morte do docente
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Odailton Charles morreu quatro dias depois, no Hospital de Base

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Escola onde o professor começou a passar mal antes de morrer

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O professor morreu por envenenamento

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Faixa no CEF 410 Norte: "Luto"

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Escola onde Charles trabalhava

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No sábado (15/02/2020), investigadores fizeram a reconstituição dos passos do educador no colégio naquele dia. Doze testemunhas participaram da diligência policial, que será decisiva para a conclusão do caso.

“O trabalho realizado pelos peritos criminais, que são experts na área, é minucioso e bem detalhado. Por meio dele, será possível colocar no laudo o que teria acontecido, segundo a reprodução simulada e os depoimentos das testemunhas”, frisou Rossetto.

Os profissionais também trabalham em exames que apontarão se há vestígios do veneno em partes do corpo de Odailton ou nos bolsos das roupas do professor.

Diretor do IC, Emerson Pinto de Souza acompanhou a reconstituição e pontuou que os laudos devem sair nos próximos dias.

À espera da conclusão

Advogado da família do ex-diretor, Bruno Pires de Oliveira também acompanhou as diligências no CEF 410 Norte. Ele disse que os parentes aguardam a conclusão da investigação.

“A família recebe um áudio do Charles no qual ele relata um fato [de que teria sido envenenado após tomar suco de uva]. A família, a princípio, acredita nessa versão. Mas é prematuro. A gente não tem como ter nenhuma afirmação contrária ao que ele disse. Isso está sendo investigado pela Polícia Civil, que está à frente para solucionar o caso e trazer a realidade”, salientou.

Em áudios enviados a amigos, o docente disse que começou a passar mal depois de ingerir suco de uva oferecido por uma pessoa da escola com quem ele não tinha bom relacionamento.

Peritos do IC e médicos legistas do Instituto de Medicina Legal (IML) concluíram que Odailton foi intoxicado por uma espécie de raticida chamado de audicarb. A substância pode ser encontrada em formato popularmente conhecido como chumbinho.

A perita criminal Flavia Pine Leite, que fez o exame nas vestimentas da vítima, afastou qualquer possibilidade de restos de suco de uva. “Achamos vestígios de raticida nas roupas, traços de vômito, mas nada relacionado a essa bebida específica”, enfatizou.

Escola se manifesta

De dentro da escola, onde participaria de reunião, o professor Odailton enviou áudios angustiantes a familiares e colegas, pedindo socorro e detalhando o estado de saúde. O docente chegou a dizer nas gravações de WhatsApp que desconfiava de alguma substância estranha na bebida.

Disse ainda que tinha ingerido um suco de uva oferecido por uma colega da escola. Entretanto, até o momento, a polícia não conseguiu confirmar essa informação.

Confira o áudio:

A direção do CEF 410 Norte afirmou, em nota, que nenhum funcionário do colégio serviu qualquer “substância líquida” a Charles, como Odailton era tratado. “A única substância líquida que o professor Charles ingeriu no CEF 410 Norte foi água, o que o fez por vontade livre, colhendo-a na sala dos professores diante de outras pessoas que ali estavam”, destaca o documento.

Ainda no comunicado, o colégio frisa que, no dia do episódio (30/01/2020), apenas alguns servidores terceirizados e educadores estavam na escola, para preparar as dependências que se encontravam em obras. “Não havia nenhuma reunião agendada entre a atual equipe gestora e o ex-diretor”, pontuou a direção.

Durante as diligências, a 2ª DP apreendeu dois aparelhos celulares de servidores do CEF 410 Norte.

Antes de morrer, o professor também falou em áudio sobre suposto esquema de rachadinha no colégio. “Vou botar no pau esse povo, comigo vai ser tudo na Justiça”, finaliza. Em nota, a Secretaria de Educação (SEE-DF) disse que vai aguardar as investigações policiais e a finalização do inquérito para se pronunciar.

Confira outro áudio:

Durante a reconstituição feita no sábado (15/02/2020), o vice-diretor do CEF 410 Norte, Diego Faria, frisou que Odailton não era aguardado na escola em 30 de janeiro.

“Não havia reunião marcada. A gente não esperava ele na escola aquele dia”, afirmou o gestor.

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