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Família diz que militares favoreceram ex-administrador. PMDF nega

A 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) investiga denúncia de que Hugo Gutemberg e a mulher dele teriam assediado uma menina de 13 anos

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Família diz que PM favoreceu ex-administrador em ocorrência de estupro
1 de 1 Família diz que PM favoreceu ex-administrador em ocorrência de estupro - Foto: Facebook/Reprodução

A família da adolescente de 13 anos que acusa o ex-administrador de Santa Maria Hugo Gutemberg (foto em destaque) de ter assediado sexualmente a menina ingressará, nesta sexta-feira (29/3), com um pedido de investigação na Corregedoria Geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) contra os responsáveis pela ocorrência. Os parentes da vítima acreditam que “houve favorecimento da corporação na abordagem ao acusado”.

De acordo com o tio da garota, o suspeito e a mulher, Ana Barboza, “não foram presos em flagrante porque a PM pecou na sua ação”. Os dois são investigados por estupro de vulnerável, por supostamente tentarem convencer a vítima a manter relações sexuais com o ex-administrador em troca de dinheiro.

Ao Metrópoles, o tio, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que os militares estiveram na residência do casal e foram orientados a comparecer à 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria). No entanto, diz, os policiais deveriam ter detido os acusados. “Qualquer um teria sido preso e algemado. O próprio delegado fala isso na ocorrência registrada na 20ª Delegacia de Polícia [Gama]”, afirmou.

“Houve favorecimento, sim, porque o pai da Ana é sargento da Polícia Militar. O fato se deu na noite do dia 22, vindo ao meu conhecimento às 13h do dia 23, momento em que acionei a Polícia Militar através do 190”, diz o parente.

A corporação, por sua vez, nega que houve qualquer favorecimento. “Os policiais militares não poderiam efetuar prisão, pois a situação não estava em flagrante e não havia mandado. Fizeram o trabalho correto orientando as partes a irem para a delegacia”, disse a Força em nota.

Briga
Segundo a PMDF, na delegacia, o “acusado de estupro foi agredido com chutes e socos pelo padrasto da menor, sendo contido pelas equipes de policiais civis e militares”. “Todos foram encaminhados à 20ª Delegacia de Polícia (Gama) para possível flagrantes de estupro e agressões.” A ocorrência foi registrada no local porque a unidade policial atua como central de flagrantes da Polícia Civil (PCDF), diferentemente da 33ª DP – que acabou assumindo as investigações do caso.

A reportagem teve acesso ao trecho da ocorrência referido pelo tio da adolescente. O documento diz haver “indícios suficientes e plausíveis para imputar aos autores Hugo Gutemberg Correia Monteiro da Silva e Ana da Conceição Pereira Barboza o ilícito penal previsto no artigo 217-A”. O trecho define como crime “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos”.

“Diante da apresentação espontânea dos envolvidos à 33ª DP e a essa circunscricional, corroborado pela oitiva dos policiais militares comunicante dos fatos, deixou essa autoridade policial de lavrar APF [Ato de Prisão em Flagrante] em desfavor dos autores”, diz a ocorrência.

De acordo com a PMDF, a conduta dos policiais foi isenta. Por isso, “a Corregedoria não tem o que apurar, a não ser que fatos novos possam surgir”. “Os fatos narrados no histórico tem início na residência da solicitante e e término na delegacia com todas as partes envolvidas, com ocorrência em apuração”, destacou a corporação.

Outro lado
Procurado pelo Metrópoles, o advogado de defesa do casal, Francinaldo Santos, negou “qualquer favorecimento ao cliente por parte da PM”. “Em momento algum a Ana se identificou como filha de policial. Nem aos civis e muito menos aos militares. O pai dela, até então, não tinha conhecimento do fato”, disse, por telefone.

Santos ressaltou que, se as alegações contra o cliente fossem realmente contundentes, o delegado teria cometido crime ao não lavrar o flagrante. “Os laudos solicitados deram negativo. Se ele [policial] tivesse o mínimo de suspeita, tinha preso o Hugo.”

Segundo o advogado, a denúncia é baseada em “alegações frágeis, infundadas e que ferem a honra de um cidadão”. Na versão dele, a investigada estava ajudando a mãe da adolescente a descobrir se a menina estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto. “A mãe recorreu a Ana para que tentasse fazer a garota se abrir”, disse o defensor.

Ana Barbosa afirma que existia a suspeita anterior de que a adolescente teria sido abusada por um ex-namorado da mãe. “A minha conversa com ela foi totalmente deturpada”, diz. “Acredito que ela [a mãe] tenha algum interesse pessoal nisso ou foi paga. Com certeza se tratou de armação”, concluiu. Por sua vez, Hugo Gutemberg negou todas as acusações feitas contra ele e a mulher.

O caso
De acordo com a investigação, a menina teria sido convidada pela esposa do ex-administrador para dormir na residência do casal na última sexta-feira (22/3). Em depoimento aos policiais, a tia da adolescente disse que ela “acordou com alguém passando a mão em seu corpo”.

O delegado cartorário da unidade, Paulo Fortini, destacou que é preciso ter cautela, porque as apurações ainda estão em fase inicial. “É um caso que chegou até nós recentemente. Então, a investigação não andou muito. Ouvimos as denunciantes e vamos ouvir os acusados”, contou.

A reportagem teve acesso a gravações que teriam sido enviadas pela vítima à prima no dia seguinte à data em que teria dormido na casa de Hugo, mas não reproduzirá os áudios a fim de preservar a identidade da menina. As duas garotas, menores de idade, foram ouvidas pela polícia.

Em uma mensagem, com voz de choro, a garota afirma que a esposa do suspeito, Ana Barbosa, teria tentado convencê-la a perder a virgindade com o companheiro. “Ela [Ana] chegou e falou: ‘você tem que perder com um cara mais velho, que tenha experiência e vá te bancar’. Eu não gostei disso”, diz a adolescente.

“Fui para casa da Aninha e ela teve intenções de eu ficar com o marido dela para ele me bancar, mas eu não aceitei”, repetiu a menina na gravação.

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