Família de policial aposentado morto no DF: “Amava a vida”
De acordo com um dos irmãos de Raimundo Alberto Lago Rosa, 69 anos, ele “amava a vida” e “não queria morrer”
atualizado
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A família do policial aposentado encontrado morto na quadra 411 da Asa Norte não tem ideia do que ocorreu, mas só conseguem imaginar a hipótese de assassinato. De acordo com um dos irmãos de Raimundo Alberto Lago Rosa, 69 anos, ele “amava a vida” e “não queria morrer”.
Inicialmente a vítima foi identificada como policial federal, mas o Metrópoles apurou que ele pertence ao quadro da Polícia Civil do Amapá como datiloscopista.
Segundo Fabiano Lago Rosa, 54, o irmão passou por uma infiltração no pé na última semana e já na sexta-feira (23/9) foi difícil conversar com ele. “Na sexta o telefone estava desligado, mas sábado ele conversou com meu sobrinho; chegou a dizer que ia mandar um dinheiro”. No mesmo dia, Raimundo falou com um motorista amigo da família, afirmando que, por conta das dores, não sairia de casa.
Já no domingo, o policial federal aposentado ficou incomunicável. A irmã que mora na França ligou, como faz todos os domingos, mas não conseguiu contato. “Na segunda ela me ligou desesperada. Disse que tinha tentado contato o dia inteiro e não conseguiu”, explica.
Parte da família chegou a buscá-lo em hospitais, mas quando funcionários do prédio foram até o apartamento, viram uma poça de sangue próxima à porta e chamaram a PMDF, que arrombou a porta e encontrou o corpo.
Conforme conta Fabiano, o irmão nunca relatou ter sofrido qualquer tipo de ameaça, mas a família preocupava-se com ele. “A gente sempre falava: ‘Cuidado com suas companhias, com quem você leva para casa’. Essas coisas são terríveis, a gente pensa que não vai acontecer com a gente, mas acontece”, lamenta.
Fabiano diz ter certeza que ocorreu um assassinato e espera que o responsável seja identificado. “Alguém matou cruelmente, na maldade mesmo. Eu ainda não vi, mas a polícia vai ter acesso, e as câmeras com certeza vão mostrar alguma coisa”, afirma.
O caso
Raimundo Alberto Lago Rosa morava no 1º andar, e vizinhos disseram não ter escutado nada nos últimos dias que indicasse anormalidade dentro do apartamento.
Segundo as colegas, um dos irmãos de Raimundo pediu para que fossem verificar o estado de saúde dele, pois não respondia desde a última sexta-feira (23/9). “O irmão pediu para a gente verificar, mas, quando a gente chegou, a polícia já estava aqui com a irmã e a sobrinha”, contam.
Quatro colegas de trabalho que não quiseram se identificar relataram que o contato com Raimundo diminuiu durante a pandemia. “Ele era uma pessoa muito querida dentro da Secretaria de Representação do Estado do Amapá. Ele trabalhava muito, mas com a pandemia, e por conta da idade, deixou de ir todos os dias”, afirmam.