Família de jovem baleado e morto por PM do DF organiza protesto
Parentes e amigos dizem que adolescente não era bandido e foi morto por “despreparo do policial”
atualizado
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A família do jovem morto em 28 de janeiro quando estava na garupa de uma moto, em Samambaia, fará um protesto nesta quinta-feira (10/2). Segundo os parentes do adolescente, Gustavo Henrique Soares Gomes, 17 anos, não portava um simulacro de arma de fogo, como disseram os policiais, e morreu por despreparo do integrante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Na ocasião da morte do jovem, a PMDF informou que duas motos furaram um bloqueio policial montado na quadra 609 de Samambaia. O segundo veículo, onde estava Gustavo e conduzido pelo amigo dele, Gustavo Matheus Santana da Silva, 18, foi alvo de tiros dos PMs. Segundo a corporação, o garupa da moto teria empunhado um simulacro de arma de fogo.
“Gustavo recebeu um tiro no peito, estando na garupa, sem oferecer risco aos policiais armados. A polícia disse que Gustavo tinha um simulacro e ameaçou sacar, na tentativa de colocar mais um jovem negro como bandido, porém, as filmagens e testemunhas evidenciam que não tinha arma”, afirma o texto que chama para o protesto, divulgado no WhatsApp.
Segundo a irmã de Gustavo, a auxiliar administrativo Yandra Rafaella dos Santos Marques, 27, o adolescente estudava e tinha emprego. A familiar nega que ele portasse uma arma de fogo. “A gente sabe que nada disso [da versão policial] é verdade. A gente sabe que eles veem dois jovens numa moto e já acham que são bandidos. Foi o preconceito que disparou a arma. Se tivessem dois jovens ricos, não tinham disparado”, argumentou.
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“Ele era o caçula da casa. Era um menino muito bom, crianção ainda, mas já tinha sonhos. Já trabalhava com meu cunhado numa hamburgueria ia fazer dois anos. Queria comprar moto, coisa de jovem. Se fosse um menino ruim, que mexesse com coisa ruim, a família até espera, mas não era isso”, afirma Yandra.
Os familiares e amigos de Gustavo sairão na quinta-feira, a partir das 16 horas, da quadra 202, da Feira Permanente de Samambaia, até a 411, onde fica a 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), que investiga o caso, numa caminhada simbólica. Segundo os organizadores do movimento, “para mostrar nossa revolta e prestar solidariedade à família, vamos somar nossas forças para pedir justiça para Gustavo”.
Veja fotos de Gustavo Henrique: