Família de Bernardo não reconhece corpo encontrado na Bahia
Exames de DNA vão apontar a identidade do cadáver localizado perto da cidade de Palmeiras, que fica a cerca de 1 mil km do DF
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou, na tarde desta sexta-feira (06/12/2019), que a família não reconheceu o corpo encontrado na Bahia como sendo do menino Bernardo (foto em destaque), de 1 ano e 11 meses. Segundo a corporação, representantes da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) e a avó da criança foram até a cidade de Itaberaba para fazer o reconhecimento do cadáver localizado pela polícia baiana.
“O reconhecimento visual não foi possível e o confronto de digitais foi inconclusivo. Por esses motivos, a identificação deverá ser realizada por meio de outros exames, como de DNA. A PCDF informa que no momento não é possível afirmar que se trata do cadáver da criança ocultado pelo pai”, diz o texto.
Apesar de a Polícia Civil afirmar que foi a avó quem viajou, familiares disseram ao Metrópoles que uma tia-avó de Bernardo ficou responsável pelo reconhecimento.
As polícias Civil da Bahia e do Distrito Federal trabalham para a identificação de um corpo encontrado próximo ao município de Palmeiras (BA), às margens da BR-242, na tarde dessa quinta-feira (05/12/2019). Há fortes indícios de que seja de Bernardo, que o pai Paulo Roberto de Caldas Osório, 45, diz ter matado. Porém, a confirmação só será dada após o resultado do DNA.
O corpo passa por necrópsia no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itaberaba (BA), nesta sexta-feira (06/12/2019). Mais cedo, uma tia de Tatiana da Silva, mãe do garoto, havia deixado o DF rumo ao município para ajudar na identificação.
Confira fotos do caso:
Veja vídeo em que Paulo fala sobre o crime:
De acordo com Augusto César Nascimento Damiano, 23 anos, primo de Tatiana e padrinho de Bernardo, a tia-avó do menino saiu na madrugada desta sexta-feira (06/12/2019) rumo à Bahia. Ele também falou sobre o clima na casa da mãe do menino, no Lago Sul. “Ela [Tatiana] está destruída. É muito difícil, não sabemos o que fazer”, lamentou.
Ao Metrópoles, Augusto disse que a família foi pega de surpresa com o comportamento de Paulo — o passado do homem veio à tona após o sumiço da criança. “A gente quer justiça, porque esse cara matou a mãe e, agora, fez isso com o Bernardo. Ele não pode ficar solto para cometer um terceiro crime e outros mais”, comentou o padrinho da criança.
Informações
A reportagem ouviu policiais na Bahia que confirmaram ter achado, nessa quinta-feira (05/12/2019) por volta das 15h, um corpo de criança, que teria as mesmas características de Bernardo, que usava calça azul listrada e blusa branca de manga longa no dia de seu desaparecimento. O cadáver estava em estado avançado de decomposição. Uma cadeirinha foi encontrada um pouco mais à frente.
Fontes ligadas à investigação no DF confirmaram que a cadeirinha é de Bernardo. O cordão de âmbar que o menino usava estava no corpo encontrado.
A mãe da criança afirmou à reportagem, na manhã desta sexta-feira (06/12/2019), que não recebeu qualquer informação oficial da polícia sobre a confirmação de que o corpo encontrado é o de seu filho.
Na quinta (05/12/2019), a pedido da PCDF, ela enviou uma foto do menino, na qual ele “mostra os dentes” e o resultado de um exame que a criança fez no tórax. Também foi recolhido material genético dela. “Estamos no aguardo”, disse.
O material será usado para identificação do corpo.
Segundo a investigação, é provável que o menino tenha morrido ainda na casa do pai, na 712 Sul. Paulo colocou sonífero no suco de Bernardo. Se isso realmente ocorreu, ele teria dormido com o filho morto, antes de deixar o cadáver em um matagal à beira da estrada.
O assassino confesso do próprio filho saiu de Brasília na sexta (29/11/2019) à noite. Ele parou e pernoitou em Luís Eduardo Magalhães (BA). Depois, largou o corpo do garoto perto de Palmeiras (BA), em dia e horário ainda desconhecidos.
O município de Palmeiras, onde o cadáver foi localizado, fica a 1.055 km do Distrito Federal. Paulo seguiu viagem e passou por Salvador e Guarajuba, região litorânea da Bahia.
De lá, fugiu para Alagoinhas (BA), com o intuito de sair de perto da BR, onde a Polícia Rodoviária Federal o procurava. O esconderijo não funcionou e Paulo acabou preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na segunda-feira (02/12/2019).
Provável trajeto de Paulo:
Saiba como ocorreu o crime, na versão do pai de Bernardo: