Família de bebê com câncer na retina precisa de ajuda para viver em SP
Por conta do tratamento, a família da bebê de 1 ano se mudou para Ribeirão Preto e está arrecadando dinheiro para se manter na cidade
atualizado
Compartilhar notícia
Com apenas 1 ano de vida, a pequena Maitê Louise tem enfrentado uma batalha severa para manter-se saudável. Ela tem Retinoblastoma, um câncer agressivo que atingiu a retina do olho direito da bebê. Em busca do tratamento adequado para a menina, a família da pequena se mudou para Ribeirão Preto (SP) e está arrecadando dinheiro para continuar na cidade, enquanto dura a terapia.
Quando a bebê tinha apenas 5 meses de vida, o pai dela percebeu uma mancha diferente no olho de Maitê, mas a mãe acreditava que era normal na fase de desenvolvimento.
“Fizemos um teste com ela e percebemos que, ao tampar o olho esquerdo, a Maitê ficava muito agoniada, e, ao tampar o outro olho, com a mancha, ela nem reagia. Começamos a desconfiar que ela poderia ser cega desse olho”, conta a mãe da bebê, Milena Lorrany Ribeiro, 22.
Em abril deste ano, os pais procuraram o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e descobriram que a pequena tinha um câncer raro no olho direito. Logo no dia do diagnóstico, a família solicitou encaminhamento para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP), uma vez que no DF não existe tratamento específico pela rede pública de saúde.
“O único procedimento que eles poderiam realizar era retirar o olho afetado pelo tumor. Então nós optamos por vir para São Paulo e preservar o olho dela com o tratamento adequado”, explica Milena.
Desde então, a família trocou Samambaia por Ribeirão Preto e vive uma rotina hospitalar com a menina. Na unidade de saúde, Maitê realiza quimioterapia uma vez por mês, crioablação, para congelar o tumor e, também, consultas de rotina. “Os médicos falam que ela tem reagido bem ao tratamento e que o tumor está controlado, graças a Deus”, comemora a mãe.
Milena relata que perdeu o emprego durante a pandemia e, desde que a filha nasceu, se dedica aos cuidados da pequena. Para acompanhar a esposa e a filha durante esse período, o pai da bebê precisou largar o emprego como auxiliar de mecânico hidráulico e, por isso, a família enfrenta dificuldades financeiras em São Paulo.
Para ter condições de morar em outra cidade, eles iniciaram uma arrecadação, desde que tiveram o diagnóstico de câncer da menina. Nos primeiros meses, a mãe conta que conseguiram uma quantia boa para permanecer em Ribeirão, mas, com o passar dos meses, o recebimento diminuiu e houve a necessidade de pedir ajuda novamente.
Maitê possui apenas 3% da visão do olho afetado pelo tumor e, por conta, do tratamento corre o risco de perder totalmente a visibilidade. Apesar da condição, ela não deixa de transmitir alegria, brincar e se aventurar como qualquer outra criança que está descobrindo o mundo.
Por meio de publicações no Instagram, a mãe compartilha com os seguidores a rotina da pequena e atualizações sobre o quadro clínico. Quem quiser participar da arrecadação, a família recebe as doações pelo PIX 065.987.641-81 (CPF), em nome de Milena Lorrany Ribeiro da Silva.
Entenda o que é o Retinoblastoma:
O retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina – parte do olho responsável pela visão – afetando um ou ambos os olhos. É o tumor primário mais comum no olho de crianças e tende a ocorrer no início da infância e pode estar presente ao nascimento.
O principal sintoma, presente na maioria dos casos diagnosticados, é a leucocoria, um reflexo branco na pupila, conhecido como “sinal do olho de gato”. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações, dor ocular.
A descoberta da doença pode ser realizada ainda na maternidade, pelo teste do olhinho, ou nos exames de rotina pelo oftalmologista nos primeiros anos de vida da criança, utilizando o Teste do Reflexo Vermelho.
No Distrito Federal, de 2015 a 2021, a Secretaria de Saúde registrou 30 internações decorrentes do tumor. Por ser considerado um câncer raro e possuir tratamento específico, os pacientes de todo o Brasil são direcionados para o estado de São Paulo.