Falta remédio na rede pública para pacientes com meningite e fungos
Despacho interno da Secretaria de Saúde pede celeridade na normalização do estoque para garantir a “dignidade do usuário do SUS no DF”
atualizado
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A rede pública do Distrito Federal registra a falta do medicamento Anfotericina B. O caso é preocupante porque esse é o medicamento mais usado para infecções relacionadas a fungos, como candidíase, leishmaniose, meningite e infecção urinária. Um despacho da Diretoria de Assistência Farmacêutica (Diasf) alertou para o risco aos pacientes que precisam do fármaco.
Assinada pela diretora da Diasf, Wallesca Borges, o documento afirma que o processo de licitação para a comprar de Anfotericina B está em fase inicial. “Considerando o tempo que decorrerá das próximas etapas até a conclusão do processo licitatório […] a possibilidade de ocorrência de fatos externos que possam prejudicar e até impedir o sucesso da contratação”, alerta a diretora.
O documento aponta ainda que o desabastecimento do remédio pode deixar o paciente desassistido, levando à interrupção do tratamento, ao aumento da hospitalização e elevação do custo por pessoa, pois o tratamento é mais demorado sem o remédio.
“Por ser item padronizado, entendemos que o medicamento em tela deve estar disponível para a população que necessite de seu uso. A desassistência devido à falta do produto pode trazer consequências aos pacientes, expô-los a riscos ou comprometer o estado de saúde”, explica o despacho.
Wallesca alerta que a substituição requer uma análise caso a caso, com avaliação da conduta clínica, dos resultados esperados, do aparecimento de efeitos adversos, das mudanças de cuidados. “[As condições devem ser analisadas] de acordo com a condição clínica de cada paciente, uma vez que a criticidade do item será relativa a cada situação terapêutica e epidemiológica local”, explica Borges.
A diretora da Diasf pede celeridade na conclusão da licitação que compra o medicamento. O despacho pede que “medidas cabíveis” sejam tomadas para restituir a “dignidade do usuário do SUS no DF”.
A reportagem pediu à Secretaria de Saúde para comentar a falta do remédio e dar uma previsão do tempo até a conclusão do processo de licitação do Anfotericina B, mas não obteve resposta até a última atualização dessa matéria. O espaço segue aberto para manifestações futuras.