Falta de ônibus da Viação Marechal prejudica passageiros no DF
Nesta terça-feira (7/11), ônibus voltaram a circular pelo DF. Apenas os coletivos da Viação Marechal não saíram das garagens
atualizado
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Na manhã desta terça-feira (7/11), o Metrópoles percorreu as cidades atendidas pelas linhas da Viação Marechal e encontrou terminais vazios e algumas paradas cheias.
Após os rodoviários do Distrito Federal suspenderem a greve da categoria na noite dessa segunda-feira (6/11), os ônibus voltaram a circular pela capital. Apenas os coletivos da Viação Marechal não saíram das garagens.
No terminal de ônibus do Guará I não havia movimentação de coletivos. A enfermeira Maria Duarte, 50, foi ao local para pegar o transporte público até o trabalho, na Asa Sul, mas não conseguiu embarcar.
“Mais um dia sem ônibus. Vou ter que pegar o transporte por aplicativo. Não tenho como deixar de ir ao serviço”, comentou.
Segundo a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob), a Marechal atende mais de 3,3 milhões de passageiros por mês. A empresa atende Guará, Park Way, Arniqueiras, Águas Claras, Taguatinga (ao sul da Hélio Prates), Ceilândia e Sol Nascente/Pôr do Sol, operando 144 linhas com 478 ônibus.
Decisão judicial
O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), desembargador Alexandre Nery de Oliveira, determinou, hoje, o imediato retorno ao trabalho dos motoristas e cobradores da empresa de ônibus Marechal, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia aos trabalhadores.
Segundo os funcionários, a manutenção da paralisação até quarta (8/11) ocorre porque a empresa ainda não realizou os pagamentos do mês.
“A Marechal é uma empresa que não efetuou o pagamento. Todas as demais, o pagamento ocorreu na sexta-feira (3/11). Ela não fez esse pagamento, então existe uma evidente revolta maior desses trabalhadores”, informou João Osório, diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal (Sittrater-DF).
Na decisão, o desembargador Alexandre Nery determinou que empregados da Auto Viação Marechal voltem ao trabalho, com restabelecimento das linhas a seu cargo, “sob pena de ser considerada abusiva a paralisação, com os efeitos decorrentes”.
Segundo a liminar, caso não haja o retorno ao trabalho dos motoristas e cobradores da empresa no prazo três horas do recebimento da decisão pelo sindicato ou por representantes da Marechal, enquanto persistir a paralisação e até ulterior decisão, a multa de R$ 100 mil por dia será cobrada.
Por volta das 9h40, trabalhadores da Marechal aguardavam para voltar ao serviço no Terminal de Ônibus de Taguatinga Sul.
“Fomos informados sobre a decisão da Justiça e vamos voltar nas próximas horas”, disse um trabalhador da empresa, sem se identificar.
Greve suspensa
A maior parte dos rodoviários do Distrito Federal decidiu suspender a greve da categoria nessa segunda-feira (6/11). Em assembleia no início da noite, os profissionais de quatro das cinco empresas em operação na capital do país acolheram a proposta de retorno ao trabalho, para retomada da negociação por melhorias salariais com as empresas de ônibus.
Com a suspensão da greve, representantes dos rodoviários, das empresas de ônibus e do MPT-DF/TO vão se reunir às 10h de quarta-feira (8/11) para retomar a negociação pelo aumento salarial. Contudo, os funcionários da empresa Marechal decidiram manter os braços cruzados até lá.