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Falta de leitos de UTI e incubadoras ameaça saúde de bebês no Hmib

Segundo denúncias, hospital está superlotado. Crianças infectadas por bactérias estão internadas com outros recém-nascidos

atualizado

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Hmib
1 de 1 Hmib - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Superlotação e falta de equipamentos, incluindo incubadoras, ameaçam a vida de recém-nascidos na unidade de terapia intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na Asa Sul. A crise é agravada pelo déficit de profissionais de saúde nas escalas de plantão para tratamento dos bebês.

Segundo profissionais de saúde, os recém-nascidos estão internados, de maneira improvisada, entre leitos, em corredores e outras áreas do hospital. A situação está em desacordo com os protocolos de isolamento e internação. Bebês infectados com bactérias deveriam ficar isolados, mas aparecem internados entre as demais crianças.

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Incubadora quebrada
Incubadoras quebradas no corredor do Hmib
Incubadora quebrada sem contrato de manutenção
Leito improvisado para bebê
Hospital sofre com superlotação
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Recém-nascidos no Centro Obstétrico do Hmib

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Incubadora quebrada

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Incubadoras quebradas no corredor do Hmib

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Incubadora quebrada sem contrato de manutenção

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Leito improvisado para bebê

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Hospital sofre com superlotação

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Hospital também sofre com falta de pessoal

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O Metrópoles apurou que uma das alas deveria ter apenas oito recém-nascidos, mas cuida de 11. A unidade de cuidados intermediários Neonatal e até mesmo o Centro Obstétrico recebem o pacientes de UTIs.

Crianças prematuras com baixo peso, algumas com quadros extremos de saúde, com 350g de peso, foram internadas em incubadoras de transporte, projetadas apenas para a locomoção dos pacientes. Além disso, incubadoras quebradas estão acomodadas nos corredores do hospital.

As equipes de plantão estão desfalcadas. No caso dos técnicos de enfermagem, cada turno deveria ter 15 profissionais, mas conta, em média, com 11. Segundo relatos das equipes, a situação no Hmib está “desumana” e há risco de uma tragédia se não forem tomadas medidas para sanar o problema.

Segundo a Resolução nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cada técnico de enfermagem deveria cuidar de até dois recém-nascidos. Mas, no Hmib, atualmente, cada profissional está responsável por três.

Denúncias

De acordo com profissionais da saúde, a crise da superlotação se arrasta ao longo das últimas semanas, mas ficou aguda no sábado (19/2) e neste domingo (20/2). Denúncias foram enviadas para o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF).

“Constatamos que existe uma sobrecarga de trabalho. Muitos profissionais estão afastados. Destes, alguns ficaram com sequelas após a Covid. Insistimos para que o governo faça concursos para técnicos e enfermeiros. Aumentou o número de pacientes e diminuiu a quantidade de profissionais”, pontuou o diretor do Sindate Newton Batista.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde do DF, responsável pelo Hmib, em busca de esclarecimentos. Após a publicação da reportagem, a pasta enviou nota negando as denúncias de superlotação e falhas no isolamento de recém-nascidos.

Leia a nota na íntegra:

A direção do Hospital Materno Infantil de Brasilia (Hmib) informa que não procede a informação de que os bebês internados na UTI e que necessitam de isolamento estariam dividindo espaço com crianças sem essa indicação. Cada paciente recebe a assistência necessária indicada pelos profissionais da unidade, sem qualquer risco àqueles que estão próximos.

Hoje, todos os leitos da UTI neonatal do Hmib estão ocupados, no entanto, a internação nas unidades de terapia intensiva é regulada para toda a rede e não para uma unidade específica. O paciente que aguarda pela transferência é encaminhado ao primeiro leito que surgir, independentemente da unidade em que ele está internado. A direção do hospital e a Central de Regulação vêm trabalhando para ampliar e reforçar a assistência aos pacientes, com a abertura de alguns leitos extras. O Hmib é referência no atendimento a bebês com prematuridade extrema e, também, referência de gestação de alto risco com necessidade de abordagem cirúrgica imediata. Neste ano, a unidade recebeu 11 berços aquecidos e também conta com 16 incubadoras.

A pasta esclarece, por fim, que a redução no quadro de neonatologistas do Hmib se deve às aposentadorias e às exonerações, além do absenteísmo causado por afastamentos médicos, como aqueles ocasionados pela covid-19, por exemplo. A SES-DF já trabalha no lançamento de um edital, nos próximos dias, para a contratação de médicos temporários e de um outro para a mudança de especialidade. Também está prevista a realização de um concurso público.

A direção do Hmib, juntamente com toda a sua equipe multiprofissional, reafirma que não mede esforços para continuar prestando assistência de excelência para todos os pacientes.

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