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Falta de gestão e ônibus precários provocam prejuízo no ensino dos alunos da rede pública

De acordo com Tribunal de Contas do DF, o governo gastou R$ 250 milhões com o transporte escolar de 44,5 mil alunos, mas os ônibus não têm vidro, mantêm bancos furados e estão em condições insalubres

atualizado

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1 de 1 escolarpirata - Foto: Divulgação/TCDF

Três em cada 10 alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal tiveram prejuízo no aprendizado devido a má qualidade do transporte escolar, entre 2011 e 2014. Mesmo com um gasto de R$ 250 milhões para prestar o serviço no período, as empresas contratadas pelo governo não conseguem manter a assiduidade e a pontualidade.

Além do número excessivo de estudantes dentro dos veículos, algumas viagens são superiores a duas horas e motoristas se recusam a levar estudantes ao colégio por conta das chuvas e condições da estrada. Tudo isso em ônibus velhos, em condições que colocam em risco a integridade física dos estudantes.

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Há muitos ônibus velhos em condições que colocam em risco a integridade física dos estudantes

De acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (10/12) pelo Tribunal de Contas do DF, dos 44,5 mil beneficiários do serviço, 32,7% sofrem com atrasos corriqueiros por conta dos ônibus escolares, sendo que 14,5% chegam fora do horário todos os dias. Devido à perda de conteúdo e de carga horária, 36,8% têm prejuízo no aprendizado.

Além disso, mais da metade da frota das sete empresas e uma cooperativa contratadas pelo GDF não têm autorização para trafegar. Depois de consulta ao Departamento de Trânsito do DF, o TCDF verificou que 65% dos veículos são ilegais. Dos 566 veículos, somente 148 tinham registro no Detran e 332 estavam acima do limite da idade previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Embora a norma determine 7 anos de uso, os ônibus têm idade que chegam a 18 anos.

Gastos
Entre 2011 e 2014, as despesas com o serviço de transporte escolar aumentaram 92,4%. Subiram de R$ 42,7 milhões para R$ 82,2 milhões. “Educação é uma prioridade e precisa ter planejamento. Os alunos estão ficando longe de suas escolas e os gastos aumentam a cada dia. Com os R$ 250 milhões gastos nesses quatro anos, por exemplo, seria possível construir cerca de 50 escolas”, afirmou o presidente do TCDF, conselheiro Renato Rainha.

O Tribunal identificou ainda irregularidades com duplicidade de pagamentos. Além dos 44,5 mil usuários do transporte escolar no DF, 2,4 mil também fazem uso do Passe Livre, o que é proibido. A ilegalidade gerou um desperdício de R$ 4,2 milhões aos cofres públicos. “É só cruzar os dados da secretaria com os do DFTrans para perceber a irregularidade. A falta de gestão é verificada nesses pontos simples”, completou Rainha.

Segundo ele, existia uma escola na Fercal chamada Queima Lençol, que foi demolida. Todos os alunos foram transferidos para Sobradinho 2 e o transporte deles custa R$ 1,1 milhão por mês. “Só com os R$ 4,2 milhões de prejuízo ao erário mais o gasto com o transporte seria possível construir uma escola para essas crianças estudarem perto de casa”, calculou.

A Secretaria de Educação tem 90 dias para dar uma resposta ao TCDF sobre como está atuando para sanar os problemas.

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Segundo o TCDF, 65% dos veículos estão irregulares
Três em cada 10 alunos da rede pública do DF tiveram prejuízo no aprendizado por causa da má qualidade do transporte escolar
Além do número excessivo de alunos dentro dos veículos, algumas viagens são superiores a duas horas e motoristas se recusam a levar estudantes ao colégio por conta das chuvas e condições da estrada.
Mais da metade da frota das sete empresas e uma cooperativa contratadas pelo GDF não têm autorização para trafegar
O tribunal verificou que a situação dos ônibus é preocupante
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O tribunal fez uma auditoria no transporte escolar usado pelos estudantes do DF

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Segundo o TCDF, 65% dos veículos estão irregulares

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Três em cada 10 alunos da rede pública do DF tiveram prejuízo no aprendizado por causa da má qualidade do transporte escolar

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Além do número excessivo de alunos dentro dos veículos, algumas viagens são superiores a duas horas e motoristas se recusam a levar estudantes ao colégio por conta das chuvas e condições da estrada.

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Mais da metade da frota das sete empresas e uma cooperativa contratadas pelo GDF não têm autorização para trafegar

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O tribunal verificou que a situação dos ônibus é preocupante

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Embora a norma determine 7 anos de uso, os ônibus têm idade até 18 anos

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