Falso Negativo: Justiça autoriza transferência de Iohan Struck para Papuda
O ex-subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde estava no DCCP, passará pelo CDP II e vai para a Ala dos Vulneráveis
atualizado
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A juíza da vara de Execuções Penais, Leila Cury, autorizou, na noite desta quarta-feira (23/9), a transferência de Iohan Andrade Struck para o Complexo Penitenciário da Papuda. O ex-subsecretário de Administração Geral (SUAG) da Secretaria de Saúde do DF já pode sair da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) para a ala dos presos vulneráveis.
Investigado no âmbito da Operação Falso Negativo, Iohan Struck era considerado foragido da Justiça até as 17h20 de terça-feira (22/9), quando se apresentou às autoridades. Conforme a decisão da magistrada, ele vai para a Ala G, do Bloco F, da Penitenciária do DF (PDF I), mas somente depois de observada a necessária quarentena no CDP II, pelo período de 14 dias, como medida sanitária em razão da pandemia, observadas as suas condições pessoais.
A juíza concedeu autorização solicitada pela Direção da DCCP.
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Iohan e seus comparsas teriam roubado, pelo menos, R$ 18 milhões dos cofres do GDF. Os promotores pediram o ressarcimento solidário de R$ 46 milhões a Iohan e a outros 14 denunciados.
Foragido desde 25 agosto, Iohan buscava costurar colaboração com o MPDFT por meio de seus advogados. Ele queria contar sua versão aos promotores, mas estava fazendo de tudo para evitar a prisão.
O que pesa contra Iohan
De acordo com a denúncia feita pelo MPDFT, Iohan Struck, como Subsecretário de Administração Geral (SUAG), era a pessoa incumbida de conduzir os procedimentos licitatórios de modo a viabilizar a vitória da empresa previamente escolhida pelo grupo.
Segundo os promotores, o servidor, além de realizar atos fraudulentos no âmbito de suas atribuições, chegava a concentrar para si atos administrativos importantes, como a pesquisa de preços – que, na maioria das vezes, sequer ocorria e que, quando existia, era viciada.
Nessa linha, os promotores apontam que o denunciado ainda se movimentava para buscar a efetivação do certame, como no caso em que ele conseguiu obter no Fundo de Saúde do Distrito Federal verba até então inexistente para contratar a empresa Biomega.
“Vale dizer, era a pessoa responsável por providenciar o encaminhamento necessário aos procedimentos até o seu desfecho desejado pela organização criminosa”, diz a denúncia do MPDFT sobre Iohan.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Iohan Struck.