Faculdade de Medicina da UnB sobre nota do CRM: “Profunda preocupação”
A entidade do DF encaminhou ofício ao governador Ibaneis Rocha (MDB) se posicionando contra o lockdown em Brasília devido à Covid-19
atualizado
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A Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) divulgou nota pública, nesta segunda-feira (1º/3), na qual diz “manifestar profunda preocupação” com posicionamento do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) acerca do lockdown. A faculdade refere-se ao ofício encaminhado ao governador Ibaneis Rocha (MDB) no qual a entidade diz ser contra a medida de contenção do novo coronavírus no DF.
O documento encaminhado ao chefe do Executivo local diz: “O CRM-DF é contra o lockdown como medida de controle de transmissão”. No documento, a entidade afirma que o lockdown “já se mostrou ineficaz” e “atenta contra os direitos fundamentais da Carta Magna”.
Ao reforçar o posicionamento, o CRM destaca que “a restrição maior de liberdade causa o aumento da incidência de transtornos mentais e agravamento das demais doenças crônicas, além de prejuízo irremediável à economia”.
A Faculdade de Medicina divulgou nota pública, na qual ressaltou: “[A] adesão às medidas de distanciamento físico, higienização frequente das mãos, uso de máscaras e de evitar aglomerações é fundamental para o enfrentamento da pandemia, porém, isso não é suficiente para reverter o cenário crítico atual na rede de atenção à saúde do DF”.
Os professores ainda reforçaram que “as medidas de restrição preconizadas no decreto do GDF são baseadas em evidências sólidas obtidas em estudos científicos bem desenhados e executados em diversos locais do mundo. Estas medidas reduzem a transmissão do vírus e podem apresentar impacto positivo sobre o comportamento da epidemia, contando com a adesão da população”.
Surpresa
Ainda no documento, a equipe da Faculdade de Medicina diz se surpreender com o posicionamento do Conselho Regional de Medicina.
“Surpreende-nos sobremaneira a afirmação do CRM-DF ao argumentar contra uma medida destinada a evitar a morte das pessoas afetadas pela doença, em prol de interesses de natureza econômica e alheios ao seu dever de zelar pelo bom exercício da profissão médica.”
Veja a carta: