Facas da casa onde menina de 2 anos foi morta serão periciadas
Barbárie ocorreu em Vicente Pires na madrugada desta quinta-feira (13/02/2020). Mãe confessou o crime, mas depois acusou o pai da criança
atualizado
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Todas as facas da casa onde Júlia Félix de Moraes, 2 anos, foi morta, na madrugada desta quinta-feira (13/02/2020), serão periciadas. A 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) contará com a ajuda de papiloscopistas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para tentar elucidar o assassinato.
De acordo com o delegado-chefe da 12ª DP, Josué Ribeiro, a intenção de contar com o apoio desses especialistas é para saber qual faca foi utilizada para desferir os golpes em Júlia. “Os cabos dessas facas serão analisados para achar digitais da mulher, ver qual a suspeita usou”, explica.
A criança foi esfaqueada dentro da casa onde morava com o pai e a mãe, na Chácara 148 da Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires. As perícias no apartamento e no corpo da menina também foram pedidas. A mãe, Laryssa Yasmim Pires de Moraes, 21 anos, confessou ter assassinado a própria filha. Contudo, depois, mudou a versão e passou a acusar o pai da menina.
Um corte superficial no rosto do pai, Giuvan Félix de Araújo, 25, também teria sido feito por Laryssa e precisa ser esclarecido. “Teria sido com uma faca diferente. Como não chegou a ter sangue, só dessa forma para acharmos algum indicativo”, diz Josué.
Outro meio de entender o caso será a busca por testemunhas. Segundo o delegado, uma pessoa é esperada para ser ouvida, e os agentes da DP estão em busca de outras.
Josué é categórico ao afirmar que tanto Giuvan quanto Laryssa estão mentindo em suas versões. “Não demonstram nenhum resquício de remorso. É um com raiva do outro e empurrando a culpa para o outro”, relata. Ambos estão detidos na unidade policial.
Troca de acusações
Após confessar que havia matado a filha e ter sido presa em flagrante, Laryssa acusou, em depoimento prestado na 12ª DP, o pai da menina pelo crime. O delegado Josué Ribeiro da Silva diz que há contradições na versão apresentada pelos dois. Giuvan Félix também passou a ser considerado suspeito.
A policiais militares que foram ao local do crime, Laryssa levantou o braço quando foi questionada sobre quem havia matado Júlia. A mulher não resistiu à prisão em flagrante. Ao ser indagada sobre o que teria feito, ela disse: “Não sei, não sei, não sei! Matei minha filha“, de acordo com informações registradas na 12ª DP. A mulher, porém, voltou atrás e afirmou que só confessou o homicídio “porque estava nervosa na hora”.
“Segundo a versão de Laryssa, ela teria acordado de madrugada com os gritos da menina, pois Giuvan teria sido o autor das facadas na filha. O depoimento dela teve contradições, assim como o dele”, destacou o delegado Josué Ribeiro, chefe da 12ª DP.
Ainda conforme a versão apresentada pela mulher na delegacia, após o pai supostamente ter matado Júlia na cozinha, Laryssa se deparou com a cena do crime.
“Depois, Giuvan ligou para polícia e disse que Laryssa teria matado a criança, ainda de acordo com o depoimento dela. Ela diz que, com raiva da situação, pegou outra faca e tentou acertar o pai da menina”, contou.
O investigador ressaltou que “a mãe afirma que não chamou a polícia porque estava sentada ao lado da filha tentando conversar com ela. O pai, após ter sido acertado pela peixeira, teria falado: ‘Achei meu álibi’, e depois teria continuado a ligação para a polícia”.
A 12ª DP ainda investiga em qual cômodo da casa a pequena Júlia foi morta a facadas. O delegado estranha o comportamento dos pais dela. O investigador relatou que ambos não choraram em nenhum momento durante os depoimentos. Josué Ribeiro suspeita que a dupla pode ter planejado o crime. Duas facas foram apreendidas e encaminhadas para a perícia.
Nova versão
Giuvan dá outra versão para a barbárie. Afirma que chegou do trabalho, em um shopping, na noite de quarta-feira (12/02/2020) e foi logo dormir. Durante a madrugada, o homem garante que acordou com Laryssa “tentando furar seu rosto“. O pai da criança disse que conseguiu afastar a mulher e gritou: “O que você tá fazendo?”. Depois, teria perguntado por Júlia.
O rapaz relata ainda que, ao ver a menina ferida, chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Não houve tempo de socorrer a pequena. Júlia morreu no local. O corpo da garotinha foi retirado do apartamento, que fica no primeiro andar do prédio, na manhã desta quinta, e levado ao Instituto Médico Legal (IML).