Fabricante de drogas vendidas no DF se inspirava em Pablo Escobar
Três pessoas foram presas em Palhoça (SC) acusadas de tráfico de drogas. Criminosos produziam 200 mil comprimidos por mês
atualizado
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O dono de um laboratório de drogas sintéticas em Palhoça (SC) gostava de ostentar o dinheiro conquistado como o famoso traficante colombiano Pablo Escobar. Sempre presente em festas badaladas de Balneário Camboriú e Jurerê, Douglas Eduardo Paulo Gonçalves, 29 anos, andava em carros de luxo e vivia em uma grande mansão. Ele foi preso, no último sábado (20/07/2019), pela Operação El Patrón, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Os policiais apreenderam, no município catarinense, cinco carros importados em posse do grupo criminoso chefiado por Douglas Gonçalves, bem como seis prensas automáticas para a fabricação de comprimidos de ecstasy. “Como líder da organização, ele só frequentava a alta sociedade. Gostava muito do Pablo Escobar e tentava levar um estilo de vida parecido”, conta o delegado Rogério Henrique Oliveira, coordenador da Cord.
Para que todo o recurso oriundo da venda de drogas fosse acobertado, no entanto, o líder da quadrilha usava uma empresa de confecção de roupas para lavar o dinheiro. “Esse agora será nosso principal foco, para que possamos bloquear os bens dele”, afirma Rogério Oliveira.
Segundo a Cord, este foi o terceiro laboratório do grupo descoberto pela PCDF desde que as investigações tiveram início, em junho de 2018, após a morte de Ana Carolina Lessa, 19 anos. Os locais foram encontrados após os policiais brasilienses rastrearem a origem da droga sintética que causou duas paradas cardíacas e falência renal na adolescente.
Durante as apurações, a PCDF descobriu que um grupo de Santa Catarina produzia as drogas e as encaminhava para São Paulo e Bahia. Nesses estados, intermediários anunciavam e vendiam os entorpecentes via redes sociais para todo país, incluindo o DF. “Os comprimidos eram fabricados em fazendas alugadas no interior do estado. É um jeito de tentar não chamar atenção por causa do barulho das prensas. Depois de prontos, era fácil esconder os comprimidos para transportar pelo país”, explica o coordenador.
Além das prisões feitas no sábado (20/07/2019), os policiais apreenderam todo o maquinário utilizado na produção das drogas, insumos, aproximadamente 2 mil comprimidos e 5 kg de MDMA, que, segundo a PCDF, resultariam na fabricação de 50 mil comprimidos de ecstasy.
Com os suspeitos, a Cord encontrou ainda um livro de contabilidade com anotações referentes à produção de entorpecentes. A polícia estima que o laboratório confeccionava, mensalmente, 200 mil compridos de ecstasy.
Douglas Eduardo será indiciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Além dele, outras duas pessoas que trabalhavam na fábrica foram presas.
Larga escala
Em dezembro do ano passado, em mais uma fase da operação, a Cord estourou o maior laboratório de drogas sintéticas já fechado pela divisão. A produção em larga escala ocorria em um sítio na área rural de Joinville (SC). Os entorpecentes eram enviados para todos os estados do país, além do DF. As máquinas apreendidas tinham capacidade para produzir 4 mil comprimidos de ecstasy por hora.
No momento que os policiais chegaram, havia um estoque de 50 mil comprimidos prontos para serem embalados. Um traficante de 29 anos de família de classe média alta foi preso. A Operação Merry Christmas, deflagrada em 18 de dezembro, interrompeu os planos do criminoso, que pretendia lucrar alto com as festas de fim de ano.