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Extremistas que ameaçaram juízes no DF são mantidos presos pela Justiça

Decisão foi tomada durante audiência de custódia por magistrada, que declinou competência para analisar o caso

atualizado

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dois homens na frente de brasão
1 de 1 dois homens na frente de brasão - Foto: Reprodução

Os dois homens que ameaçaram juízes e foram presos pela Polícia Civil, em operação conjunta com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), nessa quinta-feira (21/05), ficarão atrás das grades.  A decisão foi tomada durante audiência de custódia ocorrida nesta sexta-feira (22/05) por uma magistrada que declinou competência para analisar o caso e o remeteu à Justiça Federal.

Baseados em um escritório no Lake Side, às margens do Lago Paranoá, Célio Evangelista Ferreira do Nascimento, 79 anos, e Rodrigo Ferreira, 40, são suspeitos de serem os autores das ameaças de morte não só a magistrados, como promotores e políticos. Em sua decisão, a juíza Lorena Alves OCampos citou a Lei de Segurança Nacional para justificar o declínio de competência para o Tribunal Regional Federal (TRF) 1.

“Não se trata de mero crime de ameaça em face das várias vítimas que receberam o e-mail, mas sim de agentes atuando concatenados com o propósito de fazer ruir o Estado Democrático de Direito e suas instituições”, destacou.

A magistrada ressaltou, ainda, que os suspeitos tentavam mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito. “Todas estas condutas estão previstas na Lei de Segurança Nacional, em vigor, e são da competência da Justiça Federal”, decidiu. Com isso, a dupla permanecerá encarcerada até que um juiz federal analise o caso e decida se Célio e Rodrigo responderão ao processo em liberdade ou não.

O crime

No local onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão, na quinta, os policiais encontraram farto material relacionado às ameaças e cartazes com o nome de “Comando da Intervenção”. Os homens são suspeitos de enviar aos magistrados mensagens anônimas com as ameaças.

Conforme a coluna Grande Angular revelou, nessa quarta-feira (20/05), os textos foram encaminhados para o e-mail dos juízes. “O Brasil chegou a um ponto onde não é mais possível resolver os problemas através da razão e do bom senso”, destacaram os suspeitos, na mensagem. “Por isso, convocamos a população para matar em legítima defesa de si mesmo e da pátria políticos, juízes, promotores, chefes de gabinetes, assessores, parentes, protetores e demônios de toda sorte (sic)”, assinalaram.

Em ofício produzido pelo grupo, Célio e Rodrigo solicitam medidas de combate ao novo coronavírus. A sugestão dos extremistas é a aquisição de rolhas pelo governo, que as pessoas deveriam usar no ânus.

Entre os materiais apreendidos, há um pendrive com a etiqueta “Matar juízes. Matar todos”. Em uma cartilha, incitam as pessoas a matarem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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Ameaças feitas a autoridades
Pen-drive foi apreendido pela PCDF
Suspeitos gravavam vídeos no YouTube
Operação PCDF
Dois homens foram presos suspeitos de ameaçar juízes de morte
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Célio Evangelista e Rodrigo foram presos em operação da PCDF e do MPDFT

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Ameaças feitas a autoridades

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Pen-drive foi apreendido pela PCDF

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Operação PCDF

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Dois homens foram presos suspeitos de ameaçar juízes de morte

Material cedido ao Metrópoles

Confira a íntegra da mensagem, que chegou por volta das 13h ao e-mail dos juízes:

Assunto: SENTENÇA DE MORTE AOS TRAIDORES DA PÁTRIA.

Aos políticos, juízes, promotores, mefíticos e vagabundos de toda sorte.

O Brasil chegou a um ponto onde não é mais possível resolver os problemas através da razão e do bom senso.

Por esse motivo, a partir de agora, serão resolvidos através da execução do ESTADO DE SÍTIO, sob comando do exmo. Gen. de Exército Walter Souza Braga Neto.

Por isso, convocamos a população para MATAR EM LEGÍTIMA DEFESA DE SI MESMO E DA PÁTRIA políticos, juízes, promotores, chefes de gabinetes, assessores, parentes, amigos, protetores, e demônios de toda sorte.

MATEM TODOS.

MATEM JUÍZES, MATEM PROMOTORES, MATEM DEPUTADOS, PREFEITOS, VEREADORES, PARENTES, FILHOS, NETOS E AMIGOS.

BASE LEGAL PARA A SENTENÇA DE MORTE

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TJDFT
A mensagem fala em “estado de sítio” sob o comando do general do Exército Walter Souza Braga Netto, chefe da Casa Civil da Presidência da República
Poderão ser retomadas sessões presenciais de qualquer natureza que não puderem ser realizadas on-line
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Valores de custo da Justiça do DF foram atualizados

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A mensagem fala em “estado de sítio” sob o comando do general do Exército Walter Souza Braga Netto, chefe da Casa Civil da Presidência da República

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Poderão ser retomadas sessões presenciais de qualquer natureza que não puderem ser realizadas on-line

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O texto encaminhado aos juízes fala ainda em  “estado de sítio”, sob o comando do general do Exército Walter Souza Braga Netto, chefe da Casa Civil da Presidência da República, que repudiou o conteúdo da mensagem e o uso indevido de seu nome.

Em nota enviada à coluna Grande Angular, o ministro disse ainda que “solicitaria a rigorosa apuração da autoria e a responsabilização dos envolvidos”.

 

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