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Expansão do Guará 2 avança. GDF autoriza a venda de terrenos em oito quadras, mas urbanista critica sobrecarga na infraestrutura da região

Secretaria de Habitação diz que não há mais impedimento para a comercialização da área

atualizado

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Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Vista geral do Guará II
1 de 1 Vista geral do Guará II - Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

O Governo do Distrito Federal (GDF) deu um passo a mais para a expansão do Guará II ao publicar um decreto que permite a aprovação das planilhas de parâmetros urbanísticos para oito quadras da região. A partir de agora, não há impedimento para a comercialização de terrenos da área. Oito quadras serão afetadas com a medida. Mas a novidade preocupa urbanistas, que alertam para os poucos investimentos em infraestrutura diante dessa expansão.

O decreto, publicado no Diário Oficial do DF, define os parâmetros de uso e ocupação do solo — como percentual máximo de área construída, garagens etc. — das quadras 38, 44, 48, 50, 52, 54, 56 e 58. Segundo a Secretaria de Gestão do Território e Habitação, 20% da área será destinada a associações e cooperativas habitacionais de baixa e média renda. No entanto, a pasta informou que ainda estuda os valores que serão cobrados. “Não há impeditivo para a comercialização, entretanto, ainda não há uma definição da política de comercialização”, diz a secretaria.

Reprodução

 

A lei que permite a expansão do Guará foi sancionada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) em janeiro deste ano. Ela é resultado da aprovação do Projeto de Lei Complementar 33, de 2015, pela Câmara Legislativa. No último dia de votação antes do recesso de fim do ano passado, os deputados distritais aprovaram o projeto apresentado pelo Executivo, que permitia a regularização da área conhecida como “expansão do Guará”.

Investimentos
Professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), Frederico Flósculo alerta para a política de expansão urbana no DF, que não costuma levar em conta o impacto ambiental, sanitário e no trânsito.

Há décadas, não se ouve falar sobre plano de expansão de forma integrada. Os serviços públicos não estão sendo providos com a mesma generosidade que terrenos são vendidos. É uma dívida que está sendo acumulada de forma irresponsável

Frederico Flósculo, especialista em urbanismo

Para o professor, aos poucos, todo o espaço do DF está sendo ocupado sem que o governo invista em melhorias no saneamento, no fornecimento de energia, no trânsito, no controle do solo, no meio ambiente, na saúde, na educação e na segurança. “É mais um episódio que mostra os interesses imobiliários se consolidando. O governo faz caixa para objetivos que não são necessariamente os mesmos para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, completou.

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