Exclusivo. Comparsas cozinhavam para Lázaro e davam abrigo: “Vem almoçar!”
Detalhes da investigação mostram que Elmi Caetano Evangelista e Alain Reis de Santana deram suporte ao acusado de matar quatro pessoas no DF
atualizado
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O Metrópoles apurou, com exclusividade, detalhes de como os dois presos nessa quinta-feira (24/6) agiram para ajudar a esconder o foragido Lázaro Barbosa, 32 anos. Acusado de cometer crimes brutais, como latrocínio, estupro e homicídios, o maníaco foge de centenas de policiais há 17 dias.
As duas pessoas apontadas pela polícia que teriam dado guarida a Lázaro são: Elmi Caetano Evangelista, 74, e Alain Reis de Santana, 33. O idoso é dono de uma chácara situada na área rural de Girassol (GO), e Alain seria o caseiro dele. Desde as prisões, que ocorreram no fim da tarde dessa quinta, a propriedade está cercada por integrantes da força-tarefa.
Por volta das 17h de quinta-feira, uma equipe da Polícia Militar fazia diligências na zona rural de Girassol para localizar o homicida em fuga. Os militares haviam recebido informações de que o dono de uma chácara não havia autorizado, na noite anterior, a entrada dos policiais em sua propriedade rural.
Quando os policiais chegarem ao local, os helicópteros da PMGO e da PMDF sobrevoavam a região, ao mesmo tempo que o caseiro da chácara, identificado como Alain, deixava a sede residencial. Nesse momento, os militares se aproximaram e viram uma pessoa entrando na mata.
Ao indagarem Alain sobre quem era aquela pessoa, ele afirmou ser Lázaro Barbosa, o qual, rapidamente, fugiu. Os policiais solicitaram apoio para o local. Perguntado se existiam armas de fogo na chácara, o caseiro informou que sim, mostrando duas armas e 49 munições de calibre .22 LR no interior de um quarto.
As equipes constataram que uma das armas de ar comprimido foi modificada mecanicamente para disparar munição de calibre .22, que, segundo Alain, pertencia ao patrão, Elmi Caetano. O armamento, no entanto, ficava à sua disposição. Questionado sobre a presença de Lázaro Barbosa naquele local, Alain relatou que o criminoso estava pernoitando na chácara há mais de cinco dias e que o viu diversas vezes, inclusive portando uma espingarda e um telefone da marca Samsung.
O caseiro também informou que Lázaro dormia e fazia refeições, como almoço e jantar, diariamente na sede da chácara, com o consentimento de Elmi Caetano. Pontuou, ainda, que a mãe do suspeito trabalhou como caseira para Elmi Caetano e que, quando o maníaco estava preso, o dono da propriedade ajudava financeiramente a família do foragido.
Os cães policiais estiveram no local e, após apresentado a um dos animais uma amostra do odor de Lázaro Barbosa, este acusou positivamente, indicando que o psicopata, realmente, esteve no local e escapava para a mata, em direção a um córrego.
Alain narrou que ouviu Elmi Caetano gritando em direção à mata: “Vem almoçar, Lázaro!”. E, à noite, quando se ausentavam, o dono da chácara gritava: “A porta vai ficar aberta!”.
Além disso, Alain apontou à equipe um local, às margens do córrego, onde Lázaro fumava maconha rotineiramente. Afirma ainda que o foragido chegou nos primeiros dias com a perna machucada. Atualmente, porém, está em boas condições de saúde, pois recebe apoio de Elmi Caetano. E ressaltou que o fazendeiro deixa as portas da casa abertas no período noturno para Lázaro Barbosa entrar livremente.