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Ex-sócio de consultor da licitação de ônibus no DF é alvo da PF

O advogado Guilherme de Salles Gonçalves teve a prisão preventiva decretada. Até 2012, ele dividia o escritório com Sacha Reck, denunciado pela Justiça por irregularidades na concorrência que trocou as empresas que operam o transporte coletivo na capital do país

atualizado

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Entre os alvos dos mandados de prisão preventiva expedidos na Operação Custo Brasil está o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, que participou das campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT) ao Senado, em 2010, e à prefeitura de Curitiba, em 2008. Desde as primeiras horas desta quinta-feira (23/6), agentes da Polícia Federal estão nas ruas. O ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, marido da parlamentar, acabou preso em Brasília. Guilherme foi sócio de Sacha Reck, investigado por supostas irregularidades na licitação de transporte público do Distrito Federal em 2012.

Guilherme não foi detido porque está em Portugal, de acordo com a Polícia Federal. A operação investiga um esquema de pagamento de propina para uma empresa (Consist) que administrava o sistema de crédito consignado dos servidores públicos federais, contratada pelo Ministério do Planejamento, na época em que Paulo Bernardo comandava a pasta. Segundo a Polícia Federal, houve desvio de mais de R$ 100 milhões, e parte do dinheiro seria destinada à campanha da petista.

Em agosto 2015, a força-tarefa da Lava Jato localizou no escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves documentos para a investigação. Os papeis, de acordo com a PF, indicam que valores recebidos pela Consist teriam sido utilizados para efetuar pagamentos em favor de Gleisi Hoffmann.

O escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck foi desfeito em 2013, um ano depois da licitação que substituiu todas as empresas de ônibus que atuavam no transporte público do DF.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Sacha Reck

 

Em março deste ano, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) apresentou denúncia à Justiça contra Sacha Reck, que foi aceita pela 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). A denúncia foi resultado de inquérito instaurado para apurar possíveis condutas ilícitas na concorrência. Segundo a investigação criminal, os denunciados agiram em conluio criminoso para fraudar e frustrar o caráter competitivo da concorrência pública.

Reck é acusado de acumular funções incompatíveis: a de consultor do processo de licitação, contratado pela Secretaria de Transportes, e advogado da empresa Auto Viação Marechal, uma das empresas que ganhou a concorrência. Ele nega.

Guilherme Gonçalves deve se apresentar à Polícia Federal assim que retornar de viagem, de acordo com o advogado que o representa, Rodrigo Sanches Rios. Ele disse ainda que irá recorrer à Justiça para revogar o pedido de prisão. O advogado afirmou que irá se manifestar nos autos do processo. O Metrópoles não conseguiu contato com Sacha Reck.

 

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