Ex que matou Fátima havia agredido outra mulher antes no DF
Atevaldo esfaqueou a ex-companheira. Os dois haviam terminado no ano passado. Testemunhas viram o homem no prédio da vítima
atualizado
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Atevaldo Sobral Santos, 51 anos, suspeito de matar Fátima Lisboa, 31, na segunda-feira (20/01/2020), no Núcleo Bandeirante, tinha passagem por Maria da Penha. Até agora, a polícia não encontrou motivação para o crime, tratado como feminicídio. Depois de matar a ex-companheira com facadas, Atevaldo tirou a própria vida.
De acordo com Rafael Ferreira Bernardino, chefe da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), na terça-feira (21/01/2020), surgiu a notícia, entre familiares e amigos, de que Fátima havia sumido.
“Não conseguiam entrar (no apartamento), ela não atendia telefone. Conseguimos abrir e vimos o corpo”, apontou Bernardino. Segundo o investigador, pessoas viram Atevaldo (foto em destaque) entrando no local. “Temos testemunhas que o colocam lá no prédio, na segunda-feira de manhã”, frisa.
Ainda conforme pontuado pelo policial, Atevaldo assassinou Fátima com facadas no pescoço, no braço e no peito. A cronologia descrita pelos investigadores mostra que uma morte foi logo após a outra .”Pouco depois de matar a mulher, ele se suicidou em uma área pública (no Riacho Fundo)”, disse o delegado.
Atevaldo tinha passagem de Lei Maria da Penha no último relacionamento, há cinco anos. O chefe da 11ª DP também destacou que havia uma queixa de agressão contra o feminicida em dezembro de 2014, também no Distrito Federal.
Ainda não há a informação sobre o motivo do término. E, de acordo com o delegado, Atevaldo passou em casa antes de cometer suicídio. “Ele deixou o carro e desceu até a área em que se matou”. O telefone celular do suspeito foi apreendido a fim de que as conversas com a vítima sejam apuradas.
“O crime é muito recente. A questão da premeditação e da motivação ainda não sabemos, mas continuamos investigando para saber isso”, ressaltou Bernardino. Esse seria o quarto caso de feminicídio no Distrito Federal em 2020.
A vítima tinha três filhos, sendo duas meninas – de 10 e 14 anos – do casamento com o empresário Anderson da Silva Santos, 40. “Ficamos juntos por uns quatro anos. Ela era uma pessoa explosiva”, disse o ex-marido, que estava no prédio onde ocorreu o crime na manhã dessa terça-feira (21/01/2020).
Premeditação
A família de Fátima Lisboa acredita que o assassinato da vendedora de joias foi premeditado. Em entrevista ao Metrópoles, a irmã da vítima, Maria José, afirmou que o principal suspeito do crime teria planejado matá-la por não aceitar o término do relacionamento.
Segundo Maria José, um dos motivos que levam os parentes a crer na premeditação teria sido um gesto de Santos nas redes sociais. Em seu Facebook, o suspeito alterou, dias antes do crime, o seu status de relacionamento de “casado” para “viúvo”.
A irmã afirma ter sido a última pessoa a se comunicar com Fátima nos seus derradeiros minutos de vida. “A gente realmente acredita que tenha sido algo planejado. Nunca soubemos de nada, de nenhuma agressão ou violência”, destacou.