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Ex-PM morto após sequestro pregava para moradores de rua, diz esposa

O empresário Oseias Eustáquio, 46 anos, foi sequestrado e mantido por oito dias em cárcere privado, sendo dopado com remédios de tarja preta

atualizado

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Religioso, o empresário morto após ser sequestrado e dopado era conhecido por fazer pregações para pessoas em situação de rua no Distrito Federal, segundo relato da esposa. Oseias Eustáquio Pereira (foto em destaque) foi mantido em cativeiro por oito dias em um quarto de hotel em Taguatinga.

A esposa da vítima destacou que o ex-companheiro, que tinha 46 anos, era um excelente e atencioso pai e chefe de família.

“Ele era um homem muito honrado. Ajudava quem precisava, sempre pregava para pessoas em situação de rua”, contou a mulher, que não quis ser identificada. “[Oseias] gostava de tocar violão e ministrar hinos como palavras direcionadas a libertação”, contou a mulher que preferiu não ser identificada.

A esposa contou que o homem tinha feito uma cirurgia bariátrica e acredita que o corpo dele não resistiu às dosagens aplicadas de remédio tarja preta. “Ainda vai sair o resultado, mas imagino que foi pela quantidade com a cirurgia”.

Oseias morreu na noite da última quinta-feira (7/11), em uma clínica de reabilitação de Planaltina (DF). Ele havia sido resgatado três dias antes, ainda atordoado, mas sem ferimentos.

Agora, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) espera o resultado de laudos do Instituto de Medicinal Legal (IML) para confirmar se a morte do empresário está ligada ao fato de ele ter sido severamente dopado por mais de uma semana.

Caso se confirme essa hipótese, os sequestradores podem ter a pena duplicada pelo crime hediondo, e o tempo de prisão pode chegar a 30 anos, segundo a PCDF. Os investigados também devem responder por extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas e associação para o tráfico de entorpecentes.

Momentos de terror

Oseias havia contraído uma dívida de R$ 30 mil em uma boca de fumo controlada pelos criminosos que a sequestraram.

A esposa do empresário lembrou os momentos de terror. “Ele sumiu com o carro, foi quando registrei o sumiço dele e do veículo. Achei que pudesse ser furto”.

Ainda emocionada pela morte do marido, ela não especificou quando a quadrilha fez o primeiro contato. “Os sequestradores ligaram falando que precisavam passar o carro para o nome de um deles para libertar o homem”.

Dependente químico, Oseias era ex-policial militar e tinha uma empresa de renegociação extrajudicial. Ele deixa dois filhos, um de 13 anos e outro de 11 anos. O velório ocorreu nesse sábado (9/11) em Unaí – cidade natal da vítima.

Caso

O caso começou a ser investigado quando uma mulher registrou ocorrência na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) após ter o carro supostamente furtado.

No entanto, a dona do carro começou a receber ameaças de desconhecidos por meio de ligações. Os criminosos diziam estar com o veículo e com o empresário em cativeiro, após ele entregar o automóvel como forma de pagamento na boca de fumo.

Com a intensificação das ameaças, os sequestradores exigiram que a denunciante transferisse a posse do carro ou pagasse R$ 30 mil, pois a vida do ex-companheiro dela estaria em risco caso a dívida de drogas não fosse quitada.

Veja o momento do resgate e da prisão dos sequestradores:

 

Desesperada, a vítima voltou à delegacia, o que levou os policiais a adotarem medidas imediatas. Um dos criminosos enviou uma localização à vítima, que fingiu concordar em pagar a dívida deixada pelo empresário.

Os policiais foram ao local indicado, um hotel na CSC 8 de Taguatinga Sul – área conhecida como ponto de tráfico de drogas –, onde encontraram o veículo com os traficantes e a vítima visivelmente sob efeito de medicamentos.

Durante a operação, os policiais apreenderam facas, celulares e drogas, como crack. Os três sequestradores foram presos em flagrante e reconhecidos pelo empresário como os responsáveis pela extorsão.

Os investigados também devem responder por extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas e associação para o tráfico de entorpecentes.

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