Ex-personal do filho 04 de Bolsonaro denuncia ter sido seguido em Brasília
Allan Lucena ficou desconfiado e chamou a PMDF. Após abordagem, descobriu-se tratar-se de um agente da PF lotado na Abin
atualizado
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Um caso peculiar movimentou os bastidores de Brasília nesta semana. O empresário Allan Gustavo Lucena do Norte (foto em destaque, ao lado de Renan Bolsonaro) procurou a polícia, na última terça-feira (16/3), para denunciar que estava sendo seguido. Ele é ex-personal trainer de Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo Allan, um carro preto o acompanhava ininterruptamente há, pelo menos, três dias. Morador do Sudoeste, Allan ficou desconfiado ao ver o veículo entrar no estacionamento do seu prédio. O empresário, então, esperou o carro adentrar, fechou o portão e ligou para a Polícia Militar.
A guarnição chegou ao local e abordou o condutor do automóvel suspeito. O homem se apresentou como agente da Polícia Federal e alegou que estava aguardando uma garota de programa. Trata-se do servidor Luiz Felipe Barros Felix. A reportagem apurou que ele está lotado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo o Diário Oficial da União (DOU), o agente foi requisitado para exercício junto à Presidência da República em agosto de 2020.
Durante um período, Allan foi preparador físico de Jair Renan. Além de ter uma empresa esportiva em seu nome, o empreendedor também atua como promotor no “Camarote 311”, projeto ligado ao escritório da empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, cujo dono é Jair Renan Filho.
Exoneração
No mesmo dia em que acionou a polícia por, supostamente, estar sendo seguido, Allan foi exonerado do cargo de subsecretário de Programas e Incentivos Econômicos do DF, função na qual recebia R$ 12 mil por mês e foi nomeado como Subsecretário de Administração Geral, da Secretaria de Estado de Empreendedorismo do DF, cargo com o mesmo salario. Nesta sexta-feira (19/3), o Governo do Distrito Federal o exonerou.
Agora, a investigação sobre a possível perseguição segue com a Polícia Civil do Distrito Federal, que deve intimar os envolvidos para prestar esclarecimentos. O caso foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), mas foi redistribuído para a 3ª DP (Cruzeiro). O Metrópoles entrou em contato com a Abin, que ainda não se manifestou. O espaço permanece aberto.
O advogado de Allan Gustavo, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, confirmou o episódio e disse que vai esperar a conclusão das investigações por parte da PCDF para se manifestar. “O que temos de concreto é que esse policial federal estava perseguindo meu cliente e, depois de abordado pela Polícia Militar, alegou estar esperando uma garota de programa. Fizemos o boletim de ocorrência e vamos aguardar”, resumiu o defensor.