Ex-namorado suspeito de matar Luciana deixou bilhete: “Te amo”
Investigadores acreditam que o assassinato ocorreu no sábado e apuram como ele entrou no apartamento, pois não havia sinais de arrombamento
atualizado
Compartilhar notícia
O vigilante Alan Pinto de Jesus, 45 anos, suspeito de ter assassinado a ex-namorada Luciana de Melo Ferreira, 49, deixou um bilhete para a vítima dias antes do crime. Segundo a delegada da 3ª DP (Cruzeiro), Claudia Alcântara, na semana passada, o homem procurou a vítima, mesmo ela tendo medidas protetivas contra ele. “Chegou a deixar um bilhete no carro dela: ‘Eu te amo. Faça contato comigo via WhatsApp'”, contou a delegada.
O bilhete teria sido deixado na terça (17/12/2019). No sábado (21/12/2019), Luciana estava com a filha em um shopping. A moça contou à polícia que a mãe a deixou na casa do namorado da jovem.
Nessa segunda-feira (23/12/2019), ela voltou para casa, na QRSW 2, no Sudoeste Econômico, mas o imóvel estava trancado com chave tetra. Foi preciso chamar um chaveiro. Ao abrir a porta, a filha viu o corpo da mãe estirado no chão e acionou a polícia.
Segundo a Polícia Militar, a vítima teria sido ferida com um golpe no peito. Os investigadores acreditam que o assassinato ocorreu no sábado e apuram como ele entrou no apartamento, pois não havia sinais de arrombamento. Alan não pode ser preso em flagrante, pois já se passaram 24 horas desde o crime. Contudo, a polícia pediu à Justiça a prisão do acusado.
Tornozeleira
Alan usava tornozeleira eletrônica até 4 de dezembro. O motivo foi uma tentativa de homicídio contra a Luciana, que trabalhava no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, o acusado teria provocado um acidente de carro de propósito para ferir a vítima quando ela disse que queria terminar o relacionamento. A tentativa de feminicídio ocorreu em outubro deste ano.
O vigilante a ameaçou de morte e jogou o carro em que ambos estavam contra uma árvore. Luciana pulou momentos antes da colisão e se feriu.
Na época, o homem, que é morador de Ceilândia, foi preso em flagrante e denunciado por violência doméstica. Ele passou semanas detido, até que a Justiça concedeu liberdade, mediante uso de tornozeleira eletrônica. Em 21 de outubro, foi realizada a audiência de custódia.
Para ser solto, Alan teve que, além de usar tornozeleira, pagar fiança de R$ 2 mil e se comprometer a manter distância de ao menos 500 metros da vítima. Em 4 de dezembro, a Justiça autorizou a retirada do dispositivo.
“Ele deve ter entrado à noite”
Segundo Geraldo Gonçalves de Sousa, zelador do prédio, Alan deve ter entrado no apartamento na noite do crime. “Eu trabalho de segunda a sábado. Sempre durmo aqui. Saí no meio-dia de sábado e não vi nada. Ele deve ter entrado à noite e feito isso”, disse.
Ainda de acordo com o zelador, Luciana morava na quadra havia muito tempo e a relação com o ex-namorado “não era muito boa”.
“Antes do primeiro incidente, ele vivia atrás dela. Deixava flores no carro, presente, mas ela nunca queria. Ultimamente, não vinha mais deixar presente”, contou Sousa.
Se confirmado, esse será o 33º feminicídio neste ano no Distrito Federal. O último crime ocorreu no fim de novembro. A cabeleireira Sandra Maria Sousa Moraes foi assassinada pelo irmão, Danilo Moraes Gomes. O caso aconteceu em Vicente Pires. O suspeito está foragido desde então.