Ex-diplomata preso por agredir ex-namorada será levado para a Papuda
Renato de Ávila Viana está detido no Departamento de Polícia Especializada e seguirá para o Centro de Detenção Provisória na sexta (19/10)
atualizado
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Preso na carceragem da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) do Departamento de Polícia Especializada (DPE), o ex-diplomata Renato de Ávila Viana, 42 anos, seguirá para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda. Salvo decisão judicial contrária, a transferência ocorrerá nesta sexta-feira (19/10).
O mandado de prisão foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e é assinado pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Núcleo Bandeirante.
A prisão foi decretada no processo referente ao caso da ex-namorada de Viana, Bianca (nome fictício a pedido da vítima), que teve um dente arrancado após levar cabeçadas do ex-diplomata. Em setembro, ele foi exonerado no Ministério das Relações Exteriores (MRE) após um processo administrativo apurar o comportamento agressivo e improbidade administrativa comprovada por dezenas de faltas ao trabalho.
Ele teve prisão preventiva decretada no último dia 10, a pedido do advogado de Bianca. Renato chegou a ser detido, em setembro, acusado de abusos contra uma segunda vítima, que mora com ele e, segundo a mãe da moça, tem problemas psicológicos.
A polícia arrombou a porta do apartamento funcional no qual o casal vivia, na Asa Norte, e levou Viana para a delegacia, de onde ele foi liberado sob fiança. Na decisão proferida agora pelo juiz, a qual levou Renato de volta à cadeia, o magistrado acatou o argumento de que o ex-diplomata tem histórico de violência contra mulheres e oferece riscos à integridade da atual companheira. Bianca hoje está longe das ameaças do ex-namorado: vive fora de Brasília.
Demissão, agressões e faltas
O ex-diplomata foi exonerado pelo Ministério das Relações Exteriores um dia após a sua primeira prisão, ocorrida no dia 19 de setembro, acusado de abusos contra a atual companheira. Após a demissão, o homem precisou deixar o imóvel do governo onde morava, na SQN 304, o que dificultou sua localização pela Polícia Civil para o cumprimento da ordem de prisão.
Depois das denúncias feitas por Bianca, o Itamaraty abriu um processo administrativo disciplinar (PAD) contra Viana, que acabou demitido. Além do histórico de agressões, também contou para o afastamento a quantidade de faltas ao expediente no MRE, configurando improbidade administrativa.
De acordo com registros de ausências injustificadas constantes em investigação interna do órgão, ele deixou de comparecer ao Itamaraty, por exemplo, 18 dias durante o mês de março, quando deveria cumprir suas atividades de trabalho. Viana também faltou 16 dias em abril e outros 15 em maio.
O pedido de afastamento do ex-diplomata (imagem acima) foi feito pela comissão do ministério que investigou a conduta do funcionário público acusado de espancar mulheres.