Ex-deputado se revolta em hospital e dá “tapão” em computador; assista
Raad Massouh foi chamado pela família de um amigo, que tinha sofrido AVC, e se revoltou ao ser informado sobre estimativa de despesas
atualizado
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O ex-deputado distrital Raad Massouh protagonizou discussão no Hospital Santa Helena, na Asa Norte (DF), na madrugada dessa quarta-feira (24/7). Informado de que um amigo supostamente não teria sido atendido na unidade de saúde após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), Raad chegou ao local esbravejando e deu um tapa no computador enquanto gritava com funcionários.
O vídeo mostra Raad irritado. Segundo o ex-distrital, o hospital estaria cobrando R$ 110 mil de caução. “Eu quero que um de vocês me diga qual é o banco que vai fazer um Pix a uma hora da manhã de R$ 110 mil. Algum cartão de crédito paga R$ 110 mil uma hora dessa?”, questionou Raad antes de dar um tapa em um computador da unidade de saúde.
O hospital contesta todas as acusações do ex-parlamentar. Segundo a instituição, em nenhum momento houve recusa em atender o paciente. De acordo com o Santa Helena, o paciente foi atendido seguindo todos os protocolos e, em menos de 60 minutos, o homem já tinha sido avaliado pro médicos e realizado exames.
A confusão toda teria ocorrido após a família do paciente ser informada de que ele precisaria ficar internado. E, caso os parentes decidissem manter o paciente no hospital, foi apresentada uma estimativa de gastos por 10 dias na UTI, não uma caução.
As imagens mostram o amigo de Raad deitado com as vestes do hospital, em um box de atendimento, após os primeiros-socorros, aguardando por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva do hospital.
Assista:
Ao Metrópoles Raad alega que foi ao local após a família do paciente pedir ajuda. O homem sofreu um AVC horas antes e precisava de atendimento rápido. Antes, os parentes tentaram socorro no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), mas houve demora excessiva e, então, decidiram levá-lo a uma unidade privada, embora o paciente não tivesse plano de saúde.
Segundo a assessoria do Santa Helena, “o paciente deu entrada no hospital com quadro típico de AVC, dificuldade de falar e perda de força. Imediatamente foi realizada a triagem e aberto o protocolo de AVC”. Ainda de acordo com a instituição, após o procedimento, o paciente foi levado imediatamente para o box e foi realizada avaliação médica.
“Às, 21h56, 10 minutos após a chegada, o paciente já havia passado pelo atendimento ao neurologista, em conjunto com o emergencista e encaminhado para a realização de tomografias e ressonâncias. Após os exames de imagem e com a confirmação do diagnóstico de AVC isquêmico, o paciente recebeu o tratamento com trombolítico venoso, conforme preconiza a literatura médica. Da entrada do paciente no hospital até a conduta final foram 58 minutos, o que está preconizado como meta ótima nos melhores serviços hospitalares”, ressalta o hospital.
Ainda de acordo com o hospital, “após todo o atendimento realizado e estabilização do paciente, e de forma desvinculada do processo de tratamento foi apresentado aos familiares uma estimativa de valor para internação de 10 dias na Unidade de Terapia Intensiva, não uma caução. Neste momento, os familiares escutaram e resolveram conversar entre si. Após isso, chamaram o plantão administrativo e falaram sobre a decisão de retirar o paciente do hospital por eles mesmos”.
O Santa Helena acrescenta que o médico responsável pelo atendimento explicou que o caso tinha risco alto e que eles precisariam assinar um termo assumindo o risco para a retirada do paciente, pois havia necessidade de continuar o tratamento hospitalar. A família resolveu continuar no hospital e foram apresentadas as formas de pagamento.
Após ser informada da estimativa de gastos de R$ 110 mil, a família acionou o ex-deputado, que chegou à unidade de saúde com uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Os familiares chamaram o Samu, mas ao chegar, a equipe do Samu se negou a transferir o paciente, diante do risco e do fato dele já estar sendo bem assistido no hospital. A equipe do Samu explicou que não havia motivos para levá-lo, pois não estava desassistido. O paciente foi encaminhado para a UTI e no dia seguinte, menos de 48 horas depois, após continuar estável, foi encaminhado para outra instituição privada, a pedido da família”, afirmou o Santa Helena.
Tapa no computador
Raad confirma ter se revoltado com a situação e que deu um tapa no computador do hospital, como mostram as imagens. Ele diz ainda que se dispôs a pagar pelo dano ao equipamento. “Nem chegou a quebrar, mas ofereci mesmo assim. Eles não quiseram”, afirma.
O ex-parlamentar explica que é amigo do paciente há mais de três décadas. O homem foi identificado como Antônio Melo, 76 anos. “Seu Melo é da Fercal. Conheço ele há tempos, ele é muito querido. Ele tinha uma casa de shows sertanejos em Sobradinho e é conhecido por todos os artistas e agentes culturais da região”, conta Raad.
Segundo o ex-deputado, o hospital atendeu o paciente após a confusão e o transferiu para um leito de UTI. Horas depois, ele teria sido levado para um quarto e, em seguida, a pedido da família, encaminhado para outra unidade de saúde privada.
Filha de Antônio Melo, a terapeuta Lia Nascimento, 44, confirma ter ligado para o ex-deputado na busca de uma solução. “Cheguei em casa na noite de terça-feira e percebi meu pai com a fala alterada e o pé roxo. Fomos ao Hospital Regional de Sobradinho (HRS), mas não conseguimos atendimento. Decidimos, então, ir até o Santa Helena”, explica Lia.
“Chegamos ao Santa Helena por volta de 22h. Eles disseram que arrumariam um quarto de UTI. Mais de duas horas depois, informaram que seria necessária uma caução de R$ 110 mil para que ele fosse transferido para a UTI. Daí, a gente ligou no Raad”, conta a mulher.
Atendimento e exames
Em nota, o Hospital Santa Helena nega que não tenha prestado assistência. “O paciente foi atendido imediatamente quando chegou ao hospital, realizou exames complementares, recebeu um diagnóstico, foi tratado para o diagnóstico que recebeu e segue sendo tratado e monitorado”, afirma a unidade.
“Somente após o atendimento, a realização do diagnóstico e após receber o tratamento necessário, a família recebeu uma estimativa de conta porque o paciente necessita continuar em tratamento hospitalar. O processo do tratamento e da apresentação de contas foram tratados separadamente”, complementa.