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Ex-delegada Martha Vargas cumprirá prisão domiciliar com tornozeleira

Martha estava presa desde 20 de outubro de 2018. Ela alegou à Justiça que cuida do irmão, com síndrome de Down

atualizado

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martha vargas
1 de 1 martha vargas - Foto: TV Globo/Reprodução

A ex-delegada da Polícia Civil Martha Vargas irá cumprir pena em prisão domiciliar. A decisão é da Vara de Execuções Penais (VEP), que teve como embasamento o fato de a ex-policial ser a única responsável pelo irmão, que tem síndrome de Down.

Martha estava presa desde 20 de outubro de 2018 no Presídio Feminino, no Gama – conhecido como Colmeia –, e será monitorada pelas autoridades por meio de uma tornozeleira eletrônica.

Ela foi condenada a 16 anos de prisão por falsidade ideológica, fraude processual, violação de sigilo funcional e tortura. Os crimes foram cometidos durante as investigações do triplo assassinato ocorrido na 113 Sul em 2009. Martha terá direito apenas a sair de casa para levar o irmão a consultas previamente agendadas ou em caso de emergências hospitalares envolvendo ele.

A outra exceção fica por conta de pendências bancárias em relação à pensão da qual o irmão tem direito. Martha só poderá ir até a agência e retornar antes do término do expediente bancário.

Relembre o caso
No dia 31 de agosto de 2009, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada Francisca Nascimento da Silva foram encontrados mortos no apartamento do casal, na 113 Sul. De acordo com a perícia da época, as vítimas teriam morrido três dias antes, após levarem 78 facadas.

A investigação foi conturbada. Segundo os autos, a delegada Martha Vargas baseou-se em informações de uma vidente para dar andamento às investigações sobre a morte da família do ex-ministro. Além disso, na época em que estava à frente do caso, teria ordenado a prática de “tortura física e psicológica” nos três suspeitos do crime para que confessassem o triplo homicídio.

Como exemplos de tortura, foram citados “uso de sacos plásticos para sufocar”, “banhos frios durante a madrugada” e “agressões”, supostamente, por parte de policiais que atuavam na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

Martha conduziu o inquérito durante oito meses. Foi afastada devido às acusações de irregularidades cometidas. Assim, o caso passou para as mãos da delegada Mabel Farias, da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida).

Após mais de um ano de investigações e diversas reviravoltas, Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal morava, Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo, e Francisco Mairlon Barros Aguiar foram presos pelo triplo assassinato. Em 2012, um júri popular condenou a 55 anos de prisão os assassinos confessos do casal: Francisco Mairlon e Leonardo Campos.

Entretanto, o crime ainda não teve um desfecho completo. Segundo Campos, a mandante dos assassinatos teria sido a filha do casal. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a mulher recebia uma mesada de R$ 8 mil por mês e tinha constantes brigas com a mãe por pedir mais auxílio financeiro. A suspeita chegou a ficar 19 dias detida, mas foi solta e responde as acusações até hoje em liberdade.

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