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Ex-cunhado nega ter feito garoto morto no Sol Nascente de escudo

Ao Metrópoles, jovem que estava ao lado de Sharley na hora do crime disse acreditar que era alvo do criminoso. “Não deu pra ver quem era”

atualizado

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1 de 1 sharley_o-horz - Foto: Reprodução/Facebook

O rapaz de 21 anos que estava ao lado de Sharley Ângelo Andrade Sirqueiraz, 14, no Sol Nascente, sexta-feira (29/11/2019), quando o adolescente foi assassinado, disse não ter visto o autor dos disparos. Ao Metrópoles, o jovem relatou não ter suspeitas de quem possa ter tentado matá-lo.

Tratado pela polícia como vítima, ele também foi alvejado pelo criminoso. “O cara chegou atirando de longe. Nós estávamos de baixo do coqueiro, sentados e ele atirou da esquina. Não deu para ver quem era”, declarou.

Apesar de garantir que não possui desafetos, o rapaz disse acreditar ter sido o alvo dos disparos. Sobre a suspeita da polícia de que o crime teria sido motivado pelo envolvimento dele com uma companheira do autor, ele negou a possibilidade. “Eu não me envolvi com ninguém não. Já tive alguns desentendimentos, mas isso faz muito tempo. Agora, não tenho mais não”, comentou.

O jovem também rebateu outra suspeita. “Tem gente falando que eu usei ele [Sharley] de escudo, mas como que a gente está sentado e eu vou levantar e colocá-lo na minha frente? Isso não procede”, acrescentou.

Sharley foi morto após levar cinco tiros. O menino estudava pela manhã e, dois dias por semana, era acompanhado por uma equipe à tarde. Segundo Jovelino Soares da Silva, professor que o guiava na sala de recursos, era um aluno “muito esforçado”. “Ele fazia todas as atividades, sempre se mostrava interessado”, disse.

Para a professora de matemática que dava aula para o adolescente, Soraia de Queiroz Santos, era “um menino muito bom”. “Encantava a todos. Nunca se envolveu com nada de ruim. É muito triste isso”, lamentou.

“O Sharley cuidava dos irmãos menores, tinha a preocupação de levar lanche para eles. Até me esperava na parada de ônibus. Dizia que me acompanharia para me proteger. Então, passamos nas salas para promover essa ação, porque era um menino que encantou a todos”, afirmou a professora.

Investigação

No dia do crime, no Sol Nascente, Sharley estava ao lado do jovem de 21 anos, que seria seu ex-cunhado. O rapaz foi atingido e encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

De acordo com Gustavo Augusto da Silva Araújo, delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (Setor P Norte), que investiga o assassinato, os investigadores acreditam que o jovem seria o alvo dos disparos. Ele tem várias passagens pela polícia e sofreu duas perfurações.

Após passar pelo HRC, nesta segunda, ele prestou depoimento na delegacia. Segundo o delegado, a polícia aponta dois suspeitos. Entretanto, ainda colhe depoimentos de testemunhas para elucidar o crime.

“Temos duas linhas. Uma é que o crime aconteceu devido a um acerto de contas entre o assassino e o adulto que estava com a criança. Pode ter sido um acerto devido a uma dívida envolvendo tráfico de drogas”, pontuou o delegado. O autor, que disparou 10 vezes contra as vítimas, fugiu e segue foragido.

“Outra linha é que esse adulto teria se envolvido com uma mulher do autor do crime”, completou.

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