Ex-comandante da PMDF sobre vacina: “Inoportuno, mas não ilegal”
Para Julian Pontes, é injusto afirmar que ele furou a fila da imunização. O coronel foi exonerado nesta sexta-feira
atualizado
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Após ser exonerado por se vacinar na frente dos praças da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o ex-comandante da corporação, coronel Julian Pontes, afirmou que sua atitude não foi contra a lei. “Pode ter sido inoportuno, mas não foi ilegal”, afirmou.
“A nota da Polícia Militar deixa claro que me vacinei através da xepa, após as 17h, onde o critério estabelecido foi a idade”, disse. “Respeitamos o critério adotado pelo gerente do posto de saúde. É injusto afirmar que furei a fila”, concluiu Pontes.
Nesta sexta-feira (2/4), o Metrópoles revelou que o coronel, então comadante-geral da PMDF e outros oficiais se vacinaram contra a Covid-19.
Eles aproveitaram uma mudança recente nas regras de utilização das doses remanescentes de vacinas para ter prioridade na campanha de imunização. Os integrantes de alta patente da PMDF receberam uma dose antes que, pelo menos, 8 mil praças da corporação pudessem ser imunizados.
A saída do coronel Pontes já era esperada, em função da troca no comando da Secretaria de Segurança Pública do DF, mas acabou acelerada depois da revelação.
Repercussão
Líder do governo na CLDF e policial militar da reserva, o deputado distrital Hermeto (MDB) emitiu uma nota em que se diz “revoltado” com o caso: “Quem está morrendo, em sua maioria, não são os oficiais do alto-comando, são os praças que estão na ponta. Faltou bom senso”. O deputado pretende convocar Pontes para se explicar aos distritais.
Outros parlamentares também se revoltaram. Bombeiro militar da reserva e presidente da Comissão de Segurança da CLDF, o deputado distrital Roosevelt Vilela (PSB) divulgou um vídeo em que fala que o comandante-geral furou a fila da vacinação e pede a exoneração dele.
Em transmissão ao vivo no Facebook, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) defende que os 8 mil praças que estão na rua, fazendo a segurança da população, deveriam ter a prioridade. “Isso é uma vergonha. É a desmoralização completa do plano de vacinação do Distrito Federal”, diz.
A Caserna, associação que reúne policiais militares do Distrito Federal, falou que soldados de baixa patente foram “trapaceados” pelos militares do alto escalão da corporação.