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Ex-aluna de professor que teria sido envenenado: “Luto de todos”

Vizinhança do CEF da 410 Norte, onde Odailton começou a passar mal após beber suco, não consegue acreditar no que ocorreu

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1 de 1 CEF-410-Norte - Foto: Hugo Barreto/MEtrópoles

A quarta-feira (05/02/2020) começou sem nenhuma movimentação no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 Norte. Na unidade, porém, há uma faixa preta em sinal de luto pela morte do professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos. Ele perdeu a vida após dar entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) em estado gravíssimo na última quinta-feira (30/01/2020). A Polícia Civil investiga se ele foi envenenado dentro do colégio.

O caso foi revelado pelo Metrópoles na tarde dessa terça-feira (04/02/2020). Ex-aluna da escola e moradora da quadra residencial, uma estudante de 19 anos, que pediu para não ser identificada, lembra da alegria do ex-diretor. “É algo surreal de acreditar”, disse. “Quando fiquei sabendo, pensei que não era verdade, que era piadinha de mau gosto. Até que vi na imprensa que tinha sido confirmado”, acrescentou.

A jovem, que estudou na escola em 2012 e 2013, relatou à reportagem que ainda mantinha contato com o diretor mesmo depois de ter saído do colégio. “Era muito comunicativo, sempre foi uma pessoa muito alegre. Como ele chegava cedo na escola e eu moro aqui, sempre o encontrava enquanto descia com meu cachorro e ele sempre me cumprimentava”, disse.

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Faixa no CEF 410 Norte: "Luto"
A faixa foi colocada momentos após a morte do docente
Escola onde Charles trabalhava
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Professor Charles: Polícia Civil investiga o caso

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Faixa no CEF 410 Norte: "Luto"

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A faixa foi colocada momentos após a morte do docente

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“Foi de cortar o coração. Não se sabe o que aconteceu, mas é um luto para todos nós”, completou. Ainda de acordo com a jovem, alunos da escola comentaram que Charles tinha “problemas” com uma servidora da unidade. “Parece que era uma rixa feia, mas não sei bem o que era”, comentou.

Mais conhecido como Charles, Odailton atuou como diretor da escola durante seis anos. No ano passado, perdeu a eleição. A família confirmou a morte do professor na tarde de terça-feira (04/02/2020), após cinco dias de internação no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Outra moradora da 410 Norte, que também não quis se identificar, disse ao Metrópoles que soube da morte do professor nesta manhã. Conhecida do ex-diretor, ela ainda se mostrava perplexa com a notícia. “Foi uma surpresa. Eu o conhecia das festas que tinham na escola. Nunca pensei que ele poderia ter inimigos que fizessem algo assim”, afirmou.

“O Charles era rígido com os alunos, mas por querer as coisas muito certas. Ia atrás dos estudantes que estavam matando aula nos prédios, era muito prestativo”, relembrou a mulher.

“Alguém me ajuda”

Quando começou a passar mal dentro do colégio na quinta-feira (30/01/2020), Charles enviou áudios angustiantes a familiares e colegas, pedindo socorro e detalhando seu estado de saúde. O docente chegou a dizer nas gravações de WhatsApp que desconfiava de alguma substância estranha em sua bebida.

“Alguém me ajuda, alguém me ajuda. Eu cheguei aqui, tomei um suco e acho que colocaram laxante, estou com muita diarreia”, disse o educador.

À medida que os áudios eram enviados, a situação piorava, o que ficou perceptível devido ao tom de voz e à dificuldade de respiração do professor.

Uma servidora que estava com o docente em reunião e presenciou o episódio telefonou para a esposa de Odailton e informou que ele estava passando mal. A mulher do professor sugeriu que o marido fosse levado ao hospital. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conduziu o ex-diretor ao Hran.

Laudo

O caso foi tipificado como tentativa de homicídio. Laudo preliminar com material biológico da vítima, ao qual o Metrópoles teve acesso, constatou que o educador teria sofrido intoxicação, provavelmente por algum organofosforado, substância presente em inseticidas e agrotóxicos.

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