Ex-administrador Alan Valim é um dos alvos de operação contra grilagem
A PCDF, por meio da Operação Non Domino, cumpriu um dos mandados de busca e apreensão na casa do ex-administrador de São Sebastião
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-administrador de São Sebastião, Alan Valim, foi um dos alvos de busca e apreensão na Operação Non Domino nesta terça-feira (19/7). A 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) cumpriu 43 mandados judiciais, entre prisões preventivas, buscas domiciliares, em empresas e em escritórios de advocacia e mandados de monitoramento eletrônico, com o intuito de investigar a prática de grilagem em terras da região administrativa.
Segundo as investigações, desde a pandemia, os grileiros movimentaram cerca de R$ 20 milhões com a atividade ilegal. Os criminosos também chegaram a montar um falso cartório em São Sebastião para emitir documentos falsos.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) aponta que duas das três organizações criminosas identificadas durante a investigação são lideradas por empresários e agiotas que há décadas se dedicam à invasão e ao parcelamento clandestino do solo urbano em São Sebastião, obtendo lucros milionários e promovendo um complexo esquema de lavagem de dinheiro para ocultar vasto patrimônio adquirido ilicitamente.
Os agentes cumpriram um dos mandados de busca e apreensão na casa do ex-administrador da região. Alan Valim é subtenente mergulhador do Corpo Militar de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) e deixou o cargo de administrador de São Sebastião este ano para concorrer às eleições como pré-candidato a deputado distrital.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele manifestou-se sobre a ordem judicial. “Tudo vai se resolver. É isso mesmo, nem todo mundo gosta do honesto, do correto e do decente. Isso acaba incomodando em algum momento”, declarou.
Veja o registro:
As apurações apontam que as facções atuavam na região administrativa desde 2017. Os grupos movimentaram cerca de R$ 20 milhões com a atividade ilegal.
Após parcelarem as terras, os criminosos as vendiam por meio de contratos de Cessão de Direito, normalmente com firma reconhecida. Os criminosos também chegaram a montar um falso cartório em São Sebastião a fim de emitir os documentos falsos.
Para camuflar a origem criminosa das quantias ilícitas, os suspeitos se utilizam, principalmente, de laranjas, inclusive um cobrador de ônibus de uma companhia local, que recebeu em sua conta milhões de reais nos últimos anos, e empresas fantasmas.
As investigações apontam que, após ocultaram e dissimularem a origem dos valores, os criminosos investiam em agências de veículos, academias e lojas de material de construção.
“Tão grave quanto a atuação dos grileiros, são os indicativos de que os líderes recebiam apoio de agentes públicos, os quais, em vez de cuidarem do interesse público, perverteram os valores que deveriam ser protegidos”, destacou o delegado-chefe adjunto da 30ª DP, Ulysses Luz.
De acordo com o investigador, os envolvidos são investigados por organização criminosa, lavagem de dinheiro, parcelamento irregular do solo urbano e crimes ambientais. As apurações prosseguirão com o objetivo de identificar mais envolvidos.
Os mandados são cumpridos com apoio das divisões de Operações Especiais (DOE) e de Operações Aéreas (DOA), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Departamento de Combate à Corrupção.
Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do Metrópoles DF: (61) 9119-8884.