EUA: jovem sumida teve overdose de droga cedida por suposto namorado
O suposto relacionamento era escondido dos pais, que o descobriram pelo celular de Manu. À polícia o homem negou envolvimento amoroso
atualizado
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A brasiliense Manuela Keller Cohen, de 17 anos, sofreu uma overdose oito meses antes do seu desaparecimento, ocorrido em 20 de novembro em Washington, nos Estados Unidos.
A droga teria sido fornecida por um suposto namorado, de 21 anos, que, ao ser contatado pela polícia local, negou o envolvimento amoroso com a jovem.
A brasileira está em tratamento contra depressão e ansiedade há três anos. Em janeiro e fevereiro últimos, esteve em uma clínica para tratar dos transtornos.
Uma semana após receber alta, em 8 de março, a menina sofreu uma overdose de fentanil. A adolescente contou que quem forneceu a droga foi o rapaz, mas não citou ter qualquer tipo de envolvimento pessoal com ele.
“Não sabemos se o rapaz de 21 anos deu ou vendeu as drogas para ela, não temos essa informação. A polícia diz que conversou com ele, mas ele não foi interrogado”, contou Bruno Cohen de 40 anos, que procura a filha há 17 dias.
Após a overdose, Manuela ficou internada até abril, recebendo tratamento de terapia semi-intensiva. Em 12 de abril, após exames, foi encontrado novamente fentanil no seu organismo. Os resultados positivos para a droga motivaram a mãe da jovem, Sofia Cohen, 40, a arrumar as malas e trazer a filha a Brasília, para passar uma temporada.
Segundo a mãe da jovem, o objetivo era dar um novo ambiente para que a filha se recuperasse. As duas ficaram no país por quatro meses, tempo de licença concedido pelo trabalho de Sofia.
Desaparecimento
Nesta quinta-feira (7/12), faz 17 dias que a adolescente saiu de casa, em Washington, sem celular nem chaves, e avisou aos pais que voltaria duas horas depois. A adolescente está no último ano do ensino médio, que ela cursa on-line.
Na tarde de 20 de novembro, uma segunda-feira, Manuela saiu, mas não avisou para onde ia ou se estaria acompanhada. O pai da adolescente contou que a filha não costuma passear sem avisar para onde vai e que ela sempre mantém contato para dizer o que está fazendo.
Bruno relatou que, no último dia em que foi vista, Manuela perguntou ao pai se ele estaria em casa na hora em que previa voltar. “Ela fez questão de ter certeza de que eu estaria em casa, pois saiu sem as chaves e não teria como entrar”, detalhou.
Quando percebeu que o tempo passava além do horário de retorno previsto, Bruno e a mãe da jovem resolveram ir à polícia. O casal registrou boletim de ocorrência às 21h30.
No dia seguinte, os pais receberam mensagem de texto supostamente enviada pela garota, que informava que a jovem estava com amigos e que precisava de um tempo para si.
O texto informava, ainda, que ela estaria em Baltimore, a cerca de uma hora de Washington, mas não indicava quem a acompanhava.
Namoro escondido
Após o desaparecimento de Manuela, Bruno e Sofia tiveram acesso ao celular e ao computador deixados para trás pela jovem. Eles conseguiram acessar as mídias sociais dela e descobriram um suposto relacionamento que ela mantinha com um rapaz de 21 anos, o mesmo jovem que lhe forneceu as drogas em março. Os dois teriam conversado até o dia em que a adolescente desapareceu.
Os amigos da jovem confirmaram a existência da relação amorosa e contaram que Manuela sempre estava acompanhada do jovem, que trabalha como entregador de comida.
Quando a polícia entrou em contato com o suposto namorado, porém, ele teria negado o relacionamento e afirmado manter apenas uma amizade com a adolescente.
Ele também disse não saber onde a brasiliense possa estar e, segundo a mãe de Manuela, contou também que não tem celular.
Investigação paralela
Sem avanços nas investigações da polícia ou novas pistas que poderiam revelar o paradeiro da garota, o casal se frustrou e decidiu contratar um detetive particular.
As apurações paralelas têm progredido, de acordo com os pais da adolescente, diferentemente da investigação policial. O detetive teria descoberto, segundo eles, que o suposto namorado tem celular e não mora do endereço informado às autoridades.
“Tivemos de acreditar que a informação sobre não existir namoro era verdade, mas conseguimos provas de que não é”, afirmou Sofia.
Em nota enviada ao Metrópoles o Consulado-Geral do Brasil em Washington informou que acompanha a situação e que, “em razão da legislação, tanto brasileira como norte-americana, sobre privacidade de dados pessoais, não poderá fornecer mais detalhes sobre o caso”.
A polícia até agora não entrou em contato com o detetive particular para trabalhar em conjunto.