“Eu sou o homem de ferro”, diz menino baleado por policial do DF
Segundo a mãe, o garoto Luís Guilherme se compara ao super-herói porque nem uma bala foi capaz de destruí-lo
atualizado
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“Eu sou o homem de ferro, porque nem uma bala foi capaz de me destruir”. A frase é do pequeno Luís Guilherme, seis anos, baleado pelo policial civil Sílvio Moreira Rosa, no último dia 6, na BR-070, perto de Águas Lindas (GO). E tem um significado especial para a família do menino que esteve à beira da morte.
O garoto que ficou em coma por quase uma semana agora já come e anda sozinho. Ele ganhou uma decoração especial no quarto do hospital em que se recupera, na Asa Norte, conforme contou a mãe, Paula Caxias, ao Metrópoles.
De acordo com ela, o filho é fã do homem de ferro e, por conta disso, os pais enfeitaram o local com o tema do super-herói, como forma de ajudá-lo a superar o trauma. Segundo a mãe, Luís está ótimo. Paula afirma que ele já faz praticamente tudo, sentindo dores apenas quando realiza movimentos mais bruscos, por conta da cirurgia.Ele come, anda, toma banho, conversa. Meu filho está ótimo. É uma benção. Meu sentimento é de alívio
Paula Caxias
O garoto já ganhou até a promessa de festa por parte de uma tia, que pretende fazer uma espécie de aniversário, assim que ele deixar o hospital.
Paula também relatou que, por conta do tratamento, Luís Guilherme perdeu cerca de seis quilos, que já estão sendo recuperados. Ainda sem previsão de alta médica, devido à medicação que vem tomando e a necessidade de ficar mais alguns dias em observação, ele foi transferido, segunda-feira (23/1), da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena para um apartamento, e vem fazendo fisioterapia regularmente, o que deve continuar após deixar o hospital.
Relembre o caso
O crime ocorreu próximo a Águas Lindas de Goiás (GO). Segundo a versão do pai do garoto, o policial civil fez vários disparos contra o carro da família sem nenhum motivo, durante uma ultrapassagem na BR-070. Um deles atingiu a criança no peito.
Sílvio Moreira Rosa, agente de custódia, está preso em Goiânia (GO). Lotado no Centro de Progressão Provisória do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), ele tem um histórico de violência e chegou a ser demitido da Polícia Civil por tentativa de fraude em aposentadoria. No entanto, acabou reintegrado à corporação pelo então governador Agnelo Queiroz (PT), no apagar das luzes de 2014.
O policial foi denunciado no dia 16/1 pelo Ministério Público de Goiás por tentativa de homicídio duplamente qualificada, por três vezes. Os promotores concluíram que além do garoto, ele colocou em risco a vida do pai e da mãe de Luís Guilherme.