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Estudantes protestam contra intervenção de Bolsonaro na escolha de reitores

Diante do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes pedem que presidente respeite decisão de universidades e institutos federais

atualizado

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estudantes protestam em frente ao STF
1 de 1 estudantes protestam em frente ao STF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na gestão de universidades públicas e institutos federais de educação foi alvo de protesto de estudantes, na tarde desta terça-feira (13/10), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).  O ato contou com participação de integrantes de organizações estudantis, como o Diretório Central Estudantil (DCE) e centros acadêmicos da Universidade de Brasília (UnB) e a Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (Fenet).

“Estamos nos mobilizando para que a autonomia das universidades seja respeitada”, disse Luisa Valadares, integrante do CA de Direito da UnB. A agremiação estudantil informou que entrará com um pedido para ser amicus curiae na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6565, que começou a ser julgada no plenário virtual do STF na sexta-feira (9/10) e vai até o próximo dia 19. Pedido no mesmo sentido foi feito, e concedido, pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

No julgamento, o Supremo decidirá, entre outras coisas, se o titular do Palácio do Planalto pode, com uma canetada, deslegitimar lista tríplice contendo o nome mais votado pela comunidade escolar para o cargo. Até agora, já apresentaram seus votos o ministro-relator da ADI, Edson Fachin; Cármen Lúcia e Celso de Mello. O entendimento do relator prevalece, de que o presidente da República tem que escolher o primeiro da lista encaminhada pela instituição como reitor.

De 2003 até a chegada de Jair Bolsonaro (sem partido) à presidência, os ex-mandatários da República respeitaram as eleições da comunidade acadêmica e deram posse aos primeiros colocados da lista tríplice enviada ao Planalto. Rompendo com a tradição, Bolsonaro desconsiderou o primeiro colocado para Reitoria de 38% das instituições às quais indicou o reitor.

Uma das instituições que tem sua autonomia ameaçada pela União é a própria UnB, que reelegeu a professora Márcia Abraão para a reitoria, com 54% dos votos, no fim de agosto. Contudo, pela forma como Jair Bolsonaro tem se posicionado até agora, não há garantia de que a atual reitora venha mesmo a assumir novamente o comando da Universidade de Brasília.

“É um processo que está acontecendo no país todo, tanto nas universidades quanto nos institutos federais. Isso é mais um ataque a democracia das nossas instituições e do nosso pais”, afirmou Caio Sad, estudante técnico em serviços públicos no Instituto Federal de Brasília (IFB). “O Bolsonaro tem indicado vários interventores sem nenhum critério técnico, o único critério dele é o ideológico”, acusou o estudante de direito André de Sá, membro do DCE da UnB.

Veja imagens do protesto em frente ao STF: 

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Universidades e institutos federais encaminham lista tríplice para presidente da República indicar novos reitores
Em 38% dos casos, Bolsonaro nomeou gestores que não tinham sido eleitos ou não encabeçavam lista tríplice
Um dos casos que está sob análise na Presidência da República é o da UnB: atual reitora foi reeleita pela comunidade acadêmica e encabeça lista tríplice, mas pode não ser escolhida pelo presidente
Julgamento no STF pode limitar ação do Executivo sobre escolha de reitores
Estudantes cobram autonomia das instituições federais
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Ato de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e Instituto Federal de Brasília (IFB) contra a intervenção do Poder Executivo na escolha de gestores das instituições de ensino

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Universidades e institutos federais encaminham lista tríplice para presidente da República indicar novos reitores

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Em 38% dos casos, Bolsonaro nomeou gestores que não tinham sido eleitos ou não encabeçavam lista tríplice

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Um dos casos que está sob análise na Presidência da República é o da UnB: atual reitora foi reeleita pela comunidade acadêmica e encabeça lista tríplice, mas pode não ser escolhida pelo presidente

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Julgamento no STF pode limitar ação do Executivo sobre escolha de reitores

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Estudantes cobram autonomia das instituições federais

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Alunos da UnB pedem nomeação da reitora reeleita

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Os alunos preferem eleição direta para escolher comando das instituições

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Protesto em frente ao STF pressiona ministros para garantir autonomia das instituições federais de educação

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Comunidade acadêmica quer eleição direta para escolha de gestores

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Lista tríplice

Márcia Abrahão encabeça lista tríplice que está nas mãos de Bolsonaro para definir quem comandará a Universidade de Brasília pelos próximos quatro anos. A ordem foi definida em 17 de setembro, pelo Conselho Universitário da instituição (Consuni-UnB). Além da atual reitora, constam na relação encaminhada para decisão, até novembro, de Bolsonaro: Olgamir Amacia Ferreira e Germana Henriques Pereira.

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Olgamir Amacia Ferreira teve 2 votos
Já Germana Henriques Pereira teve 1 voto
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Atualmente, Márcia coordena a retomada das aulas na UnB

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Olgamir Amacia Ferreira teve 2 votos

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Já Germana Henriques Pereira teve 1 voto

Beto Monteiro/Secom UnB

Das três candidatas a reitoras encaminhadas para apreciação presidencial, apenas Márcia Abrahão disputou a preferência da comunidade acadêmica em agosto. Na ocasião, servidores, docentes e alunos da UnB votaram por manter a atual gestão (54% dos votos). Depois vieram as chapas encabeçadas por Jaime Martins de Santana e Gilberto Lacerda dos Santos (18,17%); Maria de Fátima Sousa e Elmira Luzia Melo Soares Simeão (16,58%); e, por fim, a chapa composta por Virgílio Caixeta e Suélia de Siqueira (11,24%). Estavam aptos a votar mais de 52 mil pessoas.

Em entrevista exclusiva à Grande Angular, a reitora afirmou que tem “boa expectativa” em relação à escolha do presidente Jair Bolsonaro. “A comunidade disse, com muita firmeza, o que quer para a UnB. Fomos eleitos em primeiro turno”, destacou a atual reitora.

Qualquer que seja a escolha do presidente, está dentro da lei. A nomeação para as reitorias federais deve passar por diferentes etapas, como a definição da lista tríplice de candidatos e a posterior aprovação pelo governo federal, mas não há obrigação de escolha do mais votado. O que a ação em análise do STF pode fazer é limitar a interferência do Executivo nestes casos.

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