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Estudantes da UnB fazem ato contra ataque de radicais de direita

Estudantes e funcionários da Universidade de Brasília repudiaram episódio ocorrido na noite de sexta (17/6)

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1 de 1 unb-protesto-facismo - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Estudantes e funcionários da Universidade de Brasília (UnB) se reuniram em um ato “contra o discurso de ódio, o fascismo e a violência na universidade” no início da tarde desta segunda-feira (20/6). A manifestação foi uma reação contra o ataque de extrema direita que ocorreu na UnB na noite de sexta (17).

Diversos centros acadêmicos convocaram os estudantes por meio de um evento no Facebook. O ato ocorreu no Ceubinho, no Instituto Central de Ciências (ICC), e reuniu cerca de 200 pessoas.

Representante do Centro Acadêmico de Sociologia (Caso), a estudante Dayse Rodrigues, 25 anos, foi uma das que discursaram. “Para a gente, os ataques são reflexo da conjuntura nacional, que está muito acirrada e polarizada. Isso despertou um sentimento de protofascismo nas pessoas, a ponto de elas se sentirem no direito de invadir a UnB e ameaçar os estudantes”, defendeu Dayse.

“Enquanto academia, nós devemos um retorno aos que nos sustentam. Mas enquanto indivíduos, não. E a ausência completa da reitoria e do Diretório Central de Estudantes (DCE) é preocupante”, completou a estudante de sociologia.

Os manifestantes trouxeram cartazes com dizeres como “Aqui não tem espaço pra fascista”, “Abaixo o autoritarismo” e “Lutamos por uma universidade tolerante”. O grupo entoou cantos de “fascistas não passarão”. A Polícia Militar; o reitor da UnB, Ivan Camargo; o presidente em exercício, Michel Temer; e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) também foram alvo de protestos nesta segunda.

Entre os estudantes, o sentimento era de revolta com o que ocorreu na sexta. “Foi horrível. Gente de fora da UnB julgando os estudantes? Quando falam ‘Bolsonaro-2018’ só podem estar fazendo para provocar, porque não é possível”, afirmou o estudante de física João Pedro Miranda, 18 anos.

“É importante chamar a atenção da universidade como um todo para o que aconteceu. Foi muito grave, muito perigoso, e vai além da UnB. É um reflexo do que está ocorrendo no país, o que deixa as pessoas confortáveis para se expressar de forma radical”, analisou a estudante de antropologia Monique Batista, 23 anos.

Durante o encontro, foram propostas uma assembleia universitária na próxima quarta (22), às 15h, no Teatro de Arena, para debater “os ataques que a UnB está sofrendo”, e uma audiência pública para discutir o que ocorreu na semana passada. A última foi defendida pela deputada federal Érika Kokay (PT-DF), que compareceu ao evento. “Essa universidade não vai se calar diante de ataques fascistas. Queremos que seja reafirmado o direito à liberdade, o direito de ser”, afirmou a parlamentar.

Passeata
Por volta das 13h20, começou uma passeata pela universidade. Os manifestantes saíram do Ceubinho (ala Norte) e percorreram o ICC até o início da ala Sul. De lá, seguiram para a reitoria, onde se reuniram mais uma vez e cobraram um “posicionamento da reitoria com relação a atos de violência de ódio contra os estudantes, contra os LGBTs, as negras e os negros, e os estudantes pobres da universidade”.

“Nós queremos medidas concretas e resposta aos estudantes”, pediram em coro.

Da reitoria, o grupo seguiu em passeata até o Restaurante Universitário (RU). Depois de os manifestantes explicarem o ato, convocaram novos estudantes para a luta contra o fascismo.

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