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Estudante foi detido por manifestação com cartaz no Senado Federal

Estudante foi detido e carregado por agentes da polícia legislativa para fora das instalações do Senado após se manifestar com cartaz

atualizado

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DCE/UnB
Foto colorida de diretor do DCE da UnB expulso de sessão do Senado Federal - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de diretor do DCE da UnB expulso de sessão do Senado Federal - Metrópoles - Foto: DCE/UnB

O estudante Caio Sad, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), foi detido e carregado por agentes da Polícia Legislativa para fora das instalações do Senado Federal. Junto com colegas, o homem levantou um cartaz contrário às propostas do Novo Ensino Médio na Comissão de Educação nesta quarta-feira (19/6).

Caio comentou que, de maneira silenciosa, levantou uma folha que solicitava a revogação da reforma do ensino médio: “A segurança da Casa chegou dizendo que era proibido levantar cartazes e tomando os cartazes da nossa mão. Quando a gente questionou o motivo disso, a resposta que recebemos era que a gente deveria se retirar e que não poderíamos mais ficar lá”.

“Era nosso direito estar ali, acompanhar e, ao mesmo tempo, silenciosamente fazer nossa manifestação, expressar nossa opinião, sem, inclusive, causar nenhum problema ali. E, nesse processo, fomos retirados à força da Comissão de Educação”, comenta. O diretor do DCE da UnB foi o único detido. Também foi levado ao IML para fazer exame de corpo de delito.

Imagens flagraram o momento em que ele é levado pela Polícia Legislativa. O jovem estava sendo contido e, aos gritos, questionava o por quê de os estudantes não poderem se manifestar. Ele também alega que os integrantes do protesto estavam sendo agredidos. Enquanto isso, os profissionais do Senado Federal tentaram arrancar o cartaz da mão do homem e, por fim, acabou carregado para fora do local.

Veja:

Caio Sad comentou que em nenhum momento foi explicado o motivo da proibição da manifestação e que foi retirado da comissão de forma truculenta, com empurrões e tendo o braço torcido. “Então, aprova um projeto que diz respeito aos estudantes sem que os estudantes possam participar. E o simples ato de levantar um cartaz provoca uma repressão exagerada por parte da Polícia do Senado, com toda a violência que foi feita. Eu me sinto assim, na verdade, com mais certeza, com mais clareza de que esse projeto é um projeto que não favorece os estudantes”, afirma.

Procurado pelo Metrópoles, o Senado Federal confirmou que cerca de cinco estudantes manifestavam-se com cartazes, cuja proibição está prevista no parágrafo único do Art. 3º do Ato da Comissão Diretora nº 18/2014.

“Observada a lotação da sala, é permitido a qualquer pessoa assistir às reuniões ou audiências públicas em local reservado ao público, desde que se conserve em silêncio, sem dar qualquer sinal de aplauso, de reprovação ou qualquer manifestação ao que nelas se passar, e que se encontre desarmada, ressalvados os casos autorizados pela Secretaria de Polícia Legislativa”, descreve o artigo.

Portanto, a exibição de banners, cartazes, faixas e congêneres durante a reunião das comissões, é considerada uma violação. De acordo com nota do Senado Federal, ao constatar a situação, os agentes envolvidos solicitaram aos usuários que guardassem os cartazes, esclarecendo tratar-se de uma vedação à referida norma. “Somente um estudante se negou e continuou a exibir o cartaz, mesmo após insistência dos agentes, levando-os a retirá-lo da sala da comissão”, conclui o órgão.

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