“Estou em pânico”, diz enfermeira do DF agredida com tapa no rosto
A profissional de saúde precisou ser medicada para conseguir dormir. Ela teme que os agressores voltem ao local de trabalho
atualizado
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A enfermeira Maria Gomes, agredida nessa segunda-feira (21/3) por não receitar um remédio tarja preta a paciente, está em pânico. “Acordei às 3h da madrugada e precisei ser medicada”, contou a servidora.
As agressões aconteceram na UBS 5, em Taguatinga, por volta das 14h. Tudo começou quando um paciente pediu para que ela receitasse o medicamento Clonazepam, conhecido pelo nome comercial de Rivotril.
A profissional explicou que apenas um médico poderia receitar o medicamento e o paciente precisaria marcar uma consulta. Exaltado, o homem afirmou que não poderia esperar e questionou se ela sabia o que acontecia quando ele ficava em abstinência.
“Ele fica agressivo, pode até matar para conseguir a droga”, resumiu Maria. “Mas um homem grande como você faria isso com uma mulher?”, teria questionado a enfermeira. “Não seja por isso: chamo a minha mulher e ela vai te quebrar todinha”, respondeu o homem, já se retirando para acionar a esposa.
Então, a mulher do paciente chegou e acertou um tapa do rosto da enfermeira, que segurou as mãos da agressora até que ela fosse imobilizada por outras pessoas que estavam na unidade de saúde.
“Eu estou em choque. Nunca imaginei que fosse passar por uma situação dessas. Sempre tive minha vida correta e nunca me envolvi em nada desse tipo”, lamentou a profissional.
“Acordei às 3h da madrugada tremendo e com minhas mãos geladas. Tive de passar por atendimento médico e tomar medicação. Tenho medo de que eles voltem e façam coisas piores comigo”, confessou Maria.
Na manhã desta terça-feira, outros profissionais de saúde pararam durante meia hora em frente à UBS 5, como forma de protesto. Eles seguravam cartazes nos quais estava escrito: “A saúde pede paz” e “O SUS é de todos”.
Veja a manifestação dos profissionais de saúde: