Estilista acusada de forjar gravidez é internada em clínica psiquiátrica
De acordo com a advogada de Layana Thomaz, ela já estava fragilizada e teve uma crise após as acusações virem à tona, na última semana
atualizado
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Após ser acusada, pela artista plástica Rafaela Monteiro, de forjar uma gravidez nas redes sociais, a estilista Layana Thomaz foi internada em uma clínica psiquiátrica. O Metrópoles confirmou a informação com a advogada da designer, Mariana Tripode.
Segundo Mariana, a internação ocorreu no último sábado (08/08), a pedido de sua cliente e com o consentimento da família. Ela teria tido uma crise, uma vez que já estava com o “emocional fragilizado”, desencadeada pela repercussão das acusações.
“A Layana está passando por um momento muito difícil, que foi potencializado. E não só ela, a família também. Eles estão tentando entender tudo e há vários indícios que apontam para uma gravidez psicológica“, confirmou a profissional.
A previsão é de que Layana fique 60 dias recebendo tratamento em uma clínica, localizada em Brasília. O nome do estabelecimento e o quadro de saúde não foram informados pela advogada.
Ação na Justiça
Segundo Mariana, a Justiça já expediu uma liminar para que conteúdos postados por Rafaela sejam retirados das redes sociais. Contudo, apesar da sequência de Stories disponibilizado pela artista plástica ter sido deletada de seu perfil no Instagram, ainda é possível encontrá-lo no Twitter.
A advogada também adiantou que ingressará com uma ação de danos morais e materiais e um pedido de retratação pública. “A Rafaela não é ‘Ministério Público’ e está causando uma dor muito grande à família”, completou a defensora.
Entenda o caso
Há alguns dias, a paulista Rafaela Monteiro fez uma série de publicações sobre Layana que repercutiu nas redes sociais. Nelas, a artista plástica levantou suspeitas sobre vários fatos da vida da estilista, incluindo uma recente gestação que teria culminado no nascimento de um bebê morto, além de apontar supostos plágios em textos publicados pela designer.
A artista comparou algumas das fotos usadas por Layana para registrar a gestação com imagens disponíveis na internet, publicadas antes da gravidez. Ela também exibiu conversas com uma mulher que também teve o ultrassom usado indevidamente pela profissional de moda em 2013, ano em que a estilista teria perdido outro bebê.
“Essa pesquisa de imagens não foi feita somente por mim, foi realizada por um grupo de pessoas que, há meses, está investigando esse caso”, diz Rafa Mon, em um dos posts.
Procurada pelo Metrópoles, antes da internação, Layana negou todos as acusações e garantiu que vai processar Rafa Mon.
“Estou juntando toda a documentação, de ultrassons a atestado de óbito, e vou entrar com uma ação contra ela. São acusações muito sérias e cruéis, minha família está toda abalada. A Marina não é só minha filha, ela é sobrinha, é neta”, defendeu-se a estilista à época.
A moradora da capital negou qualquer associação entre uma vaquinha que teria feito para ajudar no parto com os registros colocados em xeque por Rafaela. “Arrecadei menos de R$ 4 mil e todos que contribuíram eram da família”, garantiu.
Relato
Em texto publicado na Veja Rio em maio, Layana narrou, com riqueza de detalhes, o processo da gravidez e a morte de Marina. Ela também se colocou como vítima de violência obstétrica.
“Não lembro como cheguei à emergência da maternidade, e tudo que aconteceu lá é um enorme quebra-cabeça com peças perdidas. O hospital é em Brasília, onde mora a minha mãe, e lembro de diversos médicos, exame de toque, soro, Buscopan na veia e muitas contrações. Eu fazendo mil perguntas e as pessoas pareciam zumbis, ignorando a minha fala nervosa. Ninguém falava comigo. Não esperaram meu obstetra chegar, não tinham meu histórico médico, não quiseram saber de nada, fui vítima de uma violência obstétrica absurda”, relata Layana.
“Lembro de depois de muita dor sentir minha filha sair de mim imóvel e sem som. Eu gostaria de ter morrido ali naquele momento”, conclui a estilista em depoimento.