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Estelionatário que se passou por Ibaneis para aplicar golpe é do PCC

O suspeito faz parte da filial goiana da facção criminosa que comete vários crimes dentro e fora dos presídios espalhados pelo país

atualizado

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Alex Silva/Estadão
presos rebelados
1 de 1 presos rebelados - Foto: Alex Silva/Estadão

Um dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, participou do golpe que mirou no governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Diferente dos estelionatários comuns, o criminoso é considerado de alta periculosidade e tem em sua ficha criminal delitos como homicídio, tráfico de drogas e roubo à mão armada.

O caso foi apurado pela Polícia Civil (PCDF) por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). Em 4 de janeiro, equipes da especializada mapearam e conseguiram localizar um dos integrantes do bando que clonou o número de celular do chefe do Executivo local e enviou dezenas de mensagens para contatos da agenda, sempre pedindo dinheiro. A ex-mulher de Ibaneis chegou a transferir R$ 3,7 mil para a conta bancária de um dos golpistas.

Somados, os crimes praticados pelo integrante da facção paulista renderiam, pelo menos, 40 anos de prisão. Os investigadores não revelam publicamente, mas o suspeito faria parte da filial goiana do PCC, que comete diversos crimes dentro e fora dos presídios espalhados pelo estado.

Apesar da periculosidade, o acusado foi solto após audiência de custódia na Justiça de Goiás.

Foto do governador

Segundo revelado pelo Metrópoles, os criminosos pegaram uma foto do governador na internet e usaram um número de telefone com prefixo 061, do Distrito Federal, para terem acesso aos contatos pessoais do chefe do Executivo local.

Com os números em mãos, passaram a enviar mensagens fingindo ser Ibaneis Rocha e pedindo para que fossem efetuados depósitos em uma conta bancária. Familiares do governador chegaram a receber o pedido.

Pouco antes de a prisão ocorrer em Goiânia, o governador  do DF demonstrou irritação: “É cada bandido…”, indignou-se. No mesmo dia, o dirigente disparou mensagens aos contatos mais próximos e da estrutura do Palácio do Buriti com o intuito de alertar sobre o crime.

“Boa tarde. Um perfil falso foi criado com o meu nome. Estão remetendo mensagens e fazendo pedidos falsos. Recebendo-os, favor desconsiderar”, escreveu. No mesmo texto, o governador encaminha o print da tela com o número usado pelo estelionatário.

Governador alertou contatos sobre possibilidade de golpe com o nome dele
Outros casos

Durante 2020, muitos parlamentares foram vítimas de golpes semelhantes ao aplicado contra o governador do Distrito Federal. Entre eles, os deputados federais Israel Batista (Partido Verde), Carla Zambelli (PSL-SP), Luisa Canziani (PTB-PR) e Filipe Barros (PSL-PR).

Esse tipo de crime segue crescendo na capital federal. Em média, foram três ocorrências registradas, por dia, no ano passado.

 

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