Estelionatário que se passou por Ibaneis para aplicar golpe é do PCC
O suspeito faz parte da filial goiana da facção criminosa que comete vários crimes dentro e fora dos presídios espalhados pelo país
atualizado
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Um dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, participou do golpe que mirou no governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Diferente dos estelionatários comuns, o criminoso é considerado de alta periculosidade e tem em sua ficha criminal delitos como homicídio, tráfico de drogas e roubo à mão armada.
O caso foi apurado pela Polícia Civil (PCDF) por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). Em 4 de janeiro, equipes da especializada mapearam e conseguiram localizar um dos integrantes do bando que clonou o número de celular do chefe do Executivo local e enviou dezenas de mensagens para contatos da agenda, sempre pedindo dinheiro. A ex-mulher de Ibaneis chegou a transferir R$ 3,7 mil para a conta bancária de um dos golpistas.
Somados, os crimes praticados pelo integrante da facção paulista renderiam, pelo menos, 40 anos de prisão. Os investigadores não revelam publicamente, mas o suspeito faria parte da filial goiana do PCC, que comete diversos crimes dentro e fora dos presídios espalhados pelo estado.
Apesar da periculosidade, o acusado foi solto após audiência de custódia na Justiça de Goiás.
Foto do governador
Segundo revelado pelo Metrópoles, os criminosos pegaram uma foto do governador na internet e usaram um número de telefone com prefixo 061, do Distrito Federal, para terem acesso aos contatos pessoais do chefe do Executivo local.
Com os números em mãos, passaram a enviar mensagens fingindo ser Ibaneis Rocha e pedindo para que fossem efetuados depósitos em uma conta bancária. Familiares do governador chegaram a receber o pedido.
Pouco antes de a prisão ocorrer em Goiânia, o governador do DF demonstrou irritação: “É cada bandido…”, indignou-se. No mesmo dia, o dirigente disparou mensagens aos contatos mais próximos e da estrutura do Palácio do Buriti com o intuito de alertar sobre o crime.
“Boa tarde. Um perfil falso foi criado com o meu nome. Estão remetendo mensagens e fazendo pedidos falsos. Recebendo-os, favor desconsiderar”, escreveu. No mesmo texto, o governador encaminha o print da tela com o número usado pelo estelionatário.
Outros casos
Durante 2020, muitos parlamentares foram vítimas de golpes semelhantes ao aplicado contra o governador do Distrito Federal. Entre eles, os deputados federais Israel Batista (Partido Verde), Carla Zambelli (PSL-SP), Luisa Canziani (PTB-PR) e Filipe Barros (PSL-PR).
Esse tipo de crime segue crescendo na capital federal. Em média, foram três ocorrências registradas, por dia, no ano passado.