“Estão nos braços do Pai”, diz cunhada de homem morto em chacina no DF
As quatro pessoas mortas em uma chácara no Incra 9, na semana passada, são veladas no Cemitério de Taguatinga, na manhã desta segunda-feira
atualizado
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Familiares e amigos da família morta em uma chacina ocorrida em Ceilândia, no Incra 9, se reuniram, na manhã desta segunda-feira (13/6), no Cemitério de Taguatinga, para se despedir das vítimas.
Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, foram mortos na madrugada da última quarta-feira (9/6) e Cleonice Marques, 43, levada do local no mesmo dia. O corpo dela foi encontrado no sábado (12/6), num córrego próximo da casa onde eles moravam.
Vestidos de preto, amigos da família rezaram o terço. Os corpos chegaram à capela 3 pouco antes das 8h. Sônia Maria, 58, cunhada de Cláudio Vidal, fez uma declaração emocionada, dizendo que a família está sendo recebida no céu nesta manhã. “Foram embora muito cedo, de uma forma muito triste. Fiquemos confiantes de que estão nos braços do Pai”, falou.
José Rodrigues, irmão de Cleonice Marques, contou que a família está muito abalada com as mortes. “Somos uma família de 14 irmãos, minha mãe está um caco. Acreditamos que eles estão em um lugar melhor e queremos que o responsável seja preso logo, se Deus quiser”, disse emocionado.
O primo de Cleonice Marques, Geraldo Marques, também disse ao Metrópoles que a família está angustiada e querendo Justiça. “É um horror uma fatalidade dessas. Queremos que prendam a pessoa que matou essa família inteira. Todo mundo ainda tinha muito o que viver”, contou.
“Estamos com esperança na Justiça. Nosso sentimento é de uma perda muito grande e inexplicável, não tem como dizer em palavras”, disse João Marcos, primo de Cláudio Vidal.
A família cantou músicas religiosas e homenageou a vítima na hora do enterro de Cleonice Marques com uma salva de palmas. Ela foi sepultada com os os dois filhos, Gustavo Marques Vidal de Oliveira, 21 e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. O marido, Cláudio Vidal, foi enterrado em outra sepultura.
Chacina
Pai e filhos foram mortos na quarta-feira (9/6), em um crime que chocou o Distrito Federal. Os corpos estavam em um quarto – um deles sobre a cama e os outros dois no chão. As vítimas foram encontradas com marcas de tiro e facadas.
Cleonice conseguiu ligar para a família pedindo socorro ao ver que a porta da sua casa estava sendo arrombada. Eles chegaram rapidamente ao local, 10 minutos depois. No entanto, Cleonice já havia sido levada. Cláudio Vidal ainda estava vivo.
Três dias após o ocorrido, Cleonice foi encontrada morta por um grupo de moradores, que foi às ruas na manhã do sábado (12/6) para ajudar nas buscas pela mulher. O corpo estava no matagal, próximo ao Córrego da Coruja. A vítima estava nua e com marcas de ferimentos nas nádegas.
A polícia vai trabalhar no laudo de necropsia a fim de identificar se houve estupro da vítima enquanto estava viva ou relações sexuais após a morte. Como o estado de decomposição do corpo não estava avançado, os laudos não serão prejudicados.
Buscas
O principal suspeito de cometer o quádruplo homicídio é Lázaro Barbosa de Souza, 32 anos. As buscas por ele continuam no Entorno do Distrito Federal reúnem homens das polícias militar de Goiás e do DF, da Polícia Civil de ambos os estados, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF). No sábado, o suspeito pela chacina no DF foi encontrado e trocou tiros com a polícia.
No domingo, Lázaro foi visto nas proximidades de Edilândia (GO), onde aproximadamente 200 policiais atuam para tentar prender o suspeito. Ele estava em um carro roubado de um chacareiro, porém, ao avistar policiais, fugiu pela mata. O cerco entrou noite adentro, com ajuda de cães farejadores. Até o momento, Lázaro continua foragido.
Veja a cronologia do crime: