Estações e trens cheios marcam segundo dia da greve no metrô do DF
Apenas 14 dos 24 trens estão circulando em horário de pico, por determinação judicial. Intervalos entre trens variam entre 10 e 13 minutos
atualizado
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Estações de metrô do Distrito Federal amanheceram cheias nesta terça-feira (20/4), no segundo dia de greve dos metroviários. Com a redução no número de vagões, houve aglomerações nos terminais e dentro dos trens, em plena pandemia de Covid-19.
Apenas 14 dos 24 trens estão circulando em horário de pico, por determinação judicial. Os intervalos entre a chegada dos trens variam de 10 a 13 minutos.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (SindMetrô) decidiu entrar em greve no domingo (18/4), por tempo indeterminado. Dessa forma, o Metrô- DF mantém 60% dos trens circulando nos horários de pico e 40% no restante do dia.
Na Estação Ceilândia Centro, passageiros reclamaram da demora dos trens, que, às 7h, levavam cerca de 10 minutos para chegar.
A diarista Raimunda Nonato notou a demora do metrô nesta manhã. “Estou achando estranho, e tem muita gente esperando. Geralmente, não tem esse tanto de gente”. A trabalhadora pega todos os dias o metrô na estação Ceilândia para ir até Águas Claras.
“Desse jeito é impossível evitar aglomerações”, disse José Barros. O morador da Ceilândia se desloca para a Estação 108 Sul, algumas vezes na semana, e também percebeu a demora dos trens nesta terça.
Leiliane Freire disse que levou um susto ao chegar à Estação Ceilândia Centro. “Bem mais cheio e bem mais difícil para se isolar”, conta. Todos os dias, ela usa o metrô para ir trabalhar em Águas Claras.
Quantidade de trens
Na segunda (19/4), o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), desembargador Brasilino Santos Ramos, negou o pedido do Metrô-DF para aumentar os percentuais mínimos de circulação dos trens durante a greve dos metroviários.
O TRT-10 determinou que sejam garantidos o funcionamento e a circulação de 60% dos trens, em horários de pico, e de 40% dos veículos no restante do dia. Foi dessa decisão que o Metrô-DF pediu reconsideração, a fim de que os índices fossem maiores.
O Metrô-DF informou, em nota, que “já tomou ciência da decisão e está avaliando, com a área jurídica, sobre os reflexos”. “A companhia segue empenhada em manter o sistema funcionando de maneira segura e eficiente”, pontuou.
Reivindicações
O principal gatilho para o movimento paredista foi o corte do auxílio-alimentação no início de abril. “Nosso benefício é de R$ 1,2 mil, e o Metrô cortou. Não quiseram negociar nem diante do TRT. Além disso, querem cortar nosso plano de saúde e nossa previdência. São benefícios conquistados no Acordo Coletivo de Trabalho”, afirmou a diretora de administração do SindMetrô, Renata Campos.
A categoria pede o restabelecimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e informou que vai acionar o TRT, a fim de garantir a revisão de decisão judicial e tentar reduzir o percentual de funcionamento obrigatório de 60% nos horários de pico para 30% do quadro funcional.
Segundo a empresa pública, foram realizadas nove reuniões de negociações e duas audiências de conciliação, mas não houve consenso. “O Metrô-DF manteve todos os benefícios, com exceção daqueles considerados sem amparo legal, como o 13º auxílio-alimentação”, alegou.
“A Companhia permanece disposta a negociar e aberta ao diálogo, desde que a categoria vote a última proposta apresentada para o ACT 2021 – 2023, que contempla avanços, mas sequer foi apreciada pela categoria nas duas últimas assembleias. Foram incorporadas à proposta inicial cláusulas que atendem a reivindicações da categoria, como nova escala de trabalho para agentes de estação e seguranças e gratificação por quebra de caixa, entre outras”, assinalou o Metrô-DF.