Estacionamento do Centro de Convenções inicia cobrança por vagas
Valor do estacionamento rotativo no local deve variar de R$ 25 a R$ 35. Cobrança foi iniciada na última quinta-feira (14)
atualizado
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O estacionamento para veículos do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no Eixo Monumental, começou a ser cobrado para os frequentadores na última quinta-feira (14/3). A informação foi confirmada pelo Consórcio Capital DF, que venceu a Parceria Público-Privada (PPP) para administrar o espaço e assumiu a gestão em agosto do ano passado.
A área, que antes era aberta e gratuita para todos os automóveis, foi delimitada por uma espécie de cercado feito com cones de sinalização. Na última quinta, os brasilienses ficaram surpresos ao se depararem com uma placa no local que trazia o valor de R$ 35 para o estacionamento rotativo.
Segundo o gestor à frente do Capital DF, Marcos Cumagai, a empresa terceirizada JE Park está responsável pelo serviço. No total, cerca de 220 vagas estão disponíveis. O objetivo da cobrança, de acordo com ele, é oferecer maior segurança e conforto aos usuários, além de inibir a presença de ambulantes.
“A ideia é fazer com que a população perceba o benefício. Para que os motoristas saibam que estão estacionando os carros em um local seguro e que, se algo ocorrer, eles serão ressarcidos e os bens estarão protegidos”, explicou.
Ainda segundo Marcos, a sugestão, até o momento, é que o horário e o preço do estacionamento siga o cronograma de atividades do Centro de Convenções.
A diária cobrada em dias comuns, entre 8h e 18h, é de R$ 25. Em datas de shows e eventos que se estendem até o período da noite, passa para R$ 35. Ambos são fixos e há um tempo máximo de permanência gratuita de 30 minutos.
“Recebemos algumas reclamações e nos propusemos a buscar uma revisão dos preços das tarifas para melhor atender aos nossos frequentadores. Estamos comprometidos a fazer uma adequação para não causar nenhum desconforto”, assegurou Marcos.
Certame
O Capital DF é o consórcio vencedor do certame realizado em 2018 e que ficará responsável pelo espaço pelos próximos 25 anos.
O novo gestor venceu a licitação ao oferecer o mínimo previsto no edital: pagamento anual de R$ 2,6 milhões e mais R$ 3,8 milhões pela assinatura do contrato
O consórcio acredita que conseguirá, com o Centro de Convenções, uma taxa de retorno de 10% a 12%. Além do Ulysses Guimarães, o concessionário ficará responsável por administrar a Praça dos Namorados, localizada atrás do espaço.
A licitação do espaço se arrastou desde 2016. À época, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) identificou uma série de irregularidades e determinou retificações até a pasta chegar ao modelo atual, feito em parceria com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops).
A Corte questionou o valor da anuidade e a quantia destinada a obras. Elas foram consideradas irrisórias, pois teriam sido diluídas ao longo de duas décadas de concessão. Os auditores verificaram que, em diversos itens, as cifras estimadas no edital estavam acima dos preços praticados pelo mercado.
A ausência de projetos e de croquis que indicassem os locais de realização dos serviços, a falta de detalhamento dos preços unitários e os custos de mão de obra duplicados foram outros itens identificados como problemáticos.
Investimentos
Atualmente, a taxa de ocupação do Centro de Convenções em eventos privados é de 20%, número que deverá ser aumentado, com o novo concessionário, até 65%. Além disso, a exploração comercial – divulgação, aluguel e publicidade – tende a crescer.
A iniciativa de entregar o espaço à iniciativa privada ocorre por causa dos prejuízos aos cofres públicos, estimados em cerca de R$ 3 milhões por ano. Atualmente, apenas 30% de sua capacidade é utilizada, sendo que a maior parte dos eventos são públicos e não representam receitas.
Palco para ocasiões de médio e grande portes, o Centro de Convenções tem 54 mil metros quadrados de área construída. O espaço é dividido em três alas – Norte, Sul e Oeste –, cinco auditórios – um deles, o Master, com capacidade para 3 mil pessoas –, 13 salas moduláveis, áreas de apoio e locais para feiras e exposições.