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Esquecidos: DF enterra, em média, 56 cadáveres não reclamados por ano

Por ano, uma média de 7 cadáveres não são nem identificados. Outros, chegam a ser identificados, mas não são reclamados por familiares

atualizado

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Rafaella Felcciano/Metrópoles
Médico legista ao fundo com o pé de cadáver em primeiro plano
1 de 1 Médico legista ao fundo com o pé de cadáver em primeiro plano - Foto: Rafaella Felcciano/Metrópoles

Apenas em abril deste ano, o Instituto de Medicina Legal (IML) do Distrito Federal registrou quatro cadáveres que chegaram à unidade, mas não foram reclamados por familiares ou conhecidos. Desses, pelo menos um não havia sequer sido identificado. Segundo dados do instituto, por ano, a entidade recebe e sepulta, em média, 56 cadáveres não reclamados. Desses, uma média de 7 corpos não são identificados.

Os dados foram obtidos pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI). Quando um morto chega ao IML, tem a identidade revelada, mas não é recolhido por parentes, ele é considerado não reclamado. Quando os legistas não conseguem saber a identidade do falecido, ele é considerado não identificado.

O último corpo que chegou ao instituto e não foi reclamado foi o de Arcendino Lacerda. Nascido em 1936 na Paraíba, Arcendino deu entrada no IML em 12 de abril, vitima de traumatismo cranioencefálico. Em 22 de abril, a Polícia Civil (PCDF) solicitou a divulgação da morte dele, com o intuito de encontrar familiares.

Por lei, decorridos 15 dias do falecimento, o corpo não reclamado poderá ser sepultados pelo serviço social do GDF. Segundo dados do IML, nos últimos cinco anos, de 2019 a 2023, pelo menos 281 cadáveres não foram reclamados.

Desse total, 205 chegaram a ter a identidade conhecida e 39 não foram identificados. Outros 37 eram fetos — ou seja, ainda estavam em estágio de desenvolvimento intrauterino.

IML usa programa semelhante ao Google Maps para identificar cadáveres no DF

Dados de 2024

Este ano, 21 cadáveres não foram reclamados e foram sepultados pelo IML no DF. Dezenove foram identificados e 2, enterrados sem identificação.

O primeiro corpo divulgado pelo IML este ano com o intuito de encontrar familiares foi o de Margarida Correia. Natural de Minas Gerais, ela morreu em janeiro deste ano. No dia 26 desse mês, a PCDF divulgou que o cadáver dela estava no IML.

A causa da morte foi indeterminada.

No DF, desde 2019, o IML só recolhe corpos em casos que há suspeita de violência. Mortes consideradas naturais ficam à cargo do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), vinculado à Secretaria de Saúde do DF (SES-DF).

Por ano, esse serviço enterra, em média, 15 pessoas sem que conhecidos delas se apresentem para iniciar os trâmites legais do enterro. Quando não é possível levantar informações sobre a vítima, os registros são repassados às instituições de outras unidades da Federação, como tentativa de cruzamento de dados.

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