Escritório oferece ajuda à mãe que cuida de filha em estado vegetativo
Especialista em direito médico e da saúde esteve na residência da família nessa terça-feira (3/8) e acompanha de perto o caso
atualizado
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Horas após o Metrópoles revelar o drama enfrentado por Nayane Fragoso de Almeida, 25 anos, que vive em tempo integral sob os cuidados exclusivos da mãe, Maria Clemilda Fragoso de Souza, 58, enquanto aguarda por um atendimento domiciliar, o home care, o escritório Chavante advocacia e consultoria jurídica, localizado no Guará II, procurou pela família para prestar apoio e mover uma ação na Justiça.
Em contato com a reportagem o especialista em direito médico e da saúde, o advogado Kenneth Chavante explicou os próximos passos do caso. “Estamos solicitando os documentos da saúde da mãe, para corroborar com o pedido, quanto da saúde da filha, tendo em vista os momentos em que elas ficaram sem o serviço, já que a Secretaria de Saúde não cumpriu com o suposto serviço de atendimento domiciliar”, revela.
“A própria mãe se torna uma médica ou uma auxiliar de enfermagem: haja vista que ela vai na farmácia, que ela compra os mecanismos necessários. O que não deveria acontecer”, complementa.
O profissional esteve na residência da família nessa terça-feira (3/8) e passa a acompanhar de perto o caso. “A filha recebe um cuidado primordial da mãe, tudo muito limpo e organizado, mas com a saúde da mãe debilitada fica complicado exercer esse papel que a Secretaria de Saúde deveria fazer”, dispara.
“A mãe está mancando, não tem condições de mover a moça todo dia da forma que é necessária. A constituição é clara quando diz que a saúde é um ponto principal e com o nosso governo é responsável por ela”, declara Chavante.
Todo apoio prestado pelo escritório será exercido de forma gratuita. “Vimos que ela estava precisando e resolvemos ajudar, não vou cobrar nada dela, é somente trazer um pouco mais de conforto à saúde que já estão debilitada”, diz o advogado.
A reportagem procurou a Secretaria de Saúde novamente na tarde desta quarta-feira (4/8), para obter explicações sobre o pedido de home care realizado pela família e aguarda uma resposta.
O caso
Em estado vegetativo desde 2016, após sofrer um acidente de trânsito em Samambaia, Nayane está sob os cuidados exclusivos da mãe, que largou o trabalho por causa da filha.
Mesmo com o auxílio de doações nos últimos cinco anos, Maria Clemilda enfrenta dificuldades para prosseguir com o tratamento e busca auxílio para conseguir atendimento domiciliar, o home care.
“Eu não estou dando conta sozinha e não tenho condições de pagar. É o que mais preciso nesse momento, pois estou com problema na coluna, na perna, porque ela está pesada. Eu, sozinha, cuido dela”, contou a mãe ao Metrópoles.
Segundo a mãe, ao procurar pelo serviço na rede pública, o pedido acabou negado. “Eles falam que ela só tinha direito se ela respirasse por aparelho, mas ela usa traqueostomia”, alegou. “Tudo o que eu faço com ela é na cama: banho, medicação por sonda. É uma luta muito grande”, complementou.
Maria Clemilda conseguiu que a filha se aposentasse e, além das doações, sobrevive com um salário mínimo, dividido entre aluguel da residência, contas e outras demandas.
Quem tiver interesse em ajudar a família pode entrar em contato pelo telefone: (61) 98494-1323.
Acidente
O acidente de trânsito que deixou Nayane em estado vegetativo aconteceu em 31 de julho de 2016, enquanto voltava de uma festa com quatro amigas. Próximo ao destino, a condutora perdeu o controle e capotou o veículo por diversas vezes no canteiro central da avenida próxima ao Parque Três Meninas, na QR 409 de Samambaia.
Com o impacto, duas mulheres morreram e duas ficaram gravemente feridas, com traumatismo craniano grave.