Termina eleição para o Conselho Tutelar, após problema nas urnas
Portões foram fechados às 17h. Só 0,7% das 1,6 mil urnas tiveram de ser trocadas
atualizado
Compartilhar notícia
Depois de uma briga judicial que dura pelo menos três meses, a eleição para conselheiros tutelares do Distrito Federal foi mantida por decisão Superior Tribunal de Justiça (STJ). A votação começou às 9h e terminou às 17h. Segundo a Secretaria da Criança e do Adolescente, só 18 das 1,6 mil urnas apresentaram problemas durante o dia. Dez delas voltaram a funcionar em seguida.
O resultado da eleição deve sair na página a secretaria na internet. Até as 19h30, a apuração ainda não havia iniciado.
Os portões de uma escola da 611 Sul se abriram para a votação pontualmente. Vários eleitores, no entanto, relataram problemas de organização e houve uma pane em algumas urnas. Sessões tiveram de ser mantidas pelo voto manual. “Na bagunça que está, acho que não há nada seguro. Isso é uma falta de respeito”, disse a conselheira tutelar Vivian Nobre, que busca se reeleger. “Nunca vi isso acontecer das últimas duas vezes que votei.”
Por causa da pane, a dona de casa Zila Souza teve de esperar mais de 45 minutos para votar em um candidato. “Tive de pedir uma cadeira para sentar. Mesmo assim, não desisto. Vamos ver até que horas vai.”
O governador Rodrigo Rollemberg chegou às 10h40 para votar nessa mesma escola. Ele estava acompanhado da secretária da Criança e do Adolescente, Jane Klébia. Questionado sobre as falhas no processo, Rollemberg reconheceu as dificuldades enfrentadas por eleitores e candidatos. “É possível aperfeiçoar. Vamos identificar possíveis falhas ocorridas para que as eleições possam transcorrer com tranquilidade”, afirmou o governador.
Sobre os problemas técnicos, a secretária disse que “todas as urnas estão funcionando”. Segundo ela, há mais de 600 fiscais e 100 computadores de reserva para garantir a continuidade da eleição.
Para a aposentada Marina de Moura, acordar cedo num domingo valeu a pena, porque fez questão de votar em “uma candidata que conhece e respeita muito”. É a primeira vez que ela participa do pleito. “Nem sabia que essa eleição existia. Achei muito desorganizado. Se não fosse por mim (por ter verificado as salas de sessão na internet), eu não conseguiria votar.”
“Não está como uma eleição normal. Os mesários não têm nenhuma informação de onde vamos votar”, disse o servidor público Marcos Aurélio Teixeira. Ao Metrópoles, uma fiscal reconheceu que nenhum auxiliar recebeu lista de locais de votação por parte da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que organiza o pleito.
Boca de urna
Numa escola da 908 Sul, a Polícia Militar teve de intervir para separar um candidato e um eleitor suspeito de fazer boca de urna. Houve bate-boca. As eleições no local começaram com quase 50 minutos de atraso. Segundo a secretaria Jane Klébia, a demora ocorreu devido ao tempo que o sistema leva para “zerar” as urnas eletrônicas.
Esperando faturar com a venda de bebidas sob o calor de 34°C deste domingo, o ambulante Ederson Martins se diz frustrado. “Vendi menos da metade do que esperava. Vim achando que haveria aglomeração como em concurso”, relatou o comerciante, de 33 anos.
Cerca de 300 mil pessoas devem ir às urnas. Os eleitores poderão votar em 21 locais espalhados pelo Distrito Federal. O resultado com o nome dos 200 conselheiros e dos 400 suplentes deve ser divulgado até as 22h.
O cidadão que for às urnas pode pesquisar o local de votação por meio desta página. Basta digitar o número do título para fazer o acesso. As informações também podem ser obtidas pelo telefone 156, opção 9. Para escolher um candidato, é preciso ter em mãos o título de eleitor e um documento oficial com foto.
É proibido fazer boca de urna e fotografar o voto. Ao todo, 6 mil pessoas estarão envolvidas na eleição entre seguranças, profissionais de orientação e distribuição. Entre eles, são 4,8 mil mesários. O processo terá 1,6 mil urnas eletrônicas em uso e 150 de reserva, caso seja necessária substituição. Os equipamentos são da Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do pleito, e têm sistema similar ao do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O órgão, permanente e autônomo, é encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes. Os eleitos têm o papel de porta-voz das suas respectivas comunidades, atuando junto a órgãos e entidades para assegurar os direitos dos pequenos e dos jovens. O mandato de conselheiro tutelar é de quatro anos, com possibilidade de uma reeleição. O salário é de R$ 4,8 mil. As informações sobre os candidatos estão na página da Secretaria da Criança.