Escolas do DF terão “botão do pânico” em caso de violência
Outra alteração prevista será a exigência de uma carteira de identificação digital dos alunos no acesso às dependências dos colégios
atualizado
Compartilhar notícia
Dar notas para bom comportamento, revistar as mochilas de alunos e monitorar as escolas com mais registros de violência e tráfico de drogas. Essas são mudanças propostas pelo novo regimento em instituições de ensino a serem implementadas da Rede Pública do Distrito Federal. Segundo o governo, as novas regras visam reforçar a disciplina e, principalmente, a segurança nos colégios brasilienses.
Outra alteração prevista será a exigência de uma carteira digital de identificação dos alunos no acesso às dependências da escola, sistema já está instalado no Centro de Ensino Fundamental 25 de Ceilândia. Segundo o secretário de Educação, Rafael Parente, o modelo deverá ser expandido para toda rede até o final de 2020. O custo será de aproximadamente R$ 4 milhões.
As unidades ainda terão um botão de alerta para chamar a polícia em caso de emergência, uma espécie de “botão do pânico”. Ainda estão previstos a inserção na grade de conteúdos educativos a fim de evitar o consumo de entorpecentes e combater a cultura de violência contra a mulher.
“Ninguém mais aguenta a violência dentro das escolas. Todo mundo quer colégios 100% seguros. Não vamos mais aceitar drogas, violência, bullying e cyberbullying. Não vamos mais tolerar nenhum tipo de violência”, assinala Parente.
Segundo o chefe da pasta, o regimento é duro, mas necessário. “Os alunos precisam passar por um choque de realidade para saber que suas atitudes têm consequência. Quem estudar tem um futuro.”
Tranquilidade
Presente no evento, o governador em exercício Paco Britto (Avante) afirmou que a mudança no regimento e as ações para reforçar a segurança são fundamentais para garantir tranquilidade em sala de aula.
“Isso dará mais segurança aos pais para mandarem os alunos à escola. E dará segurança também aos estudantes e ao corpo funcional das escolas”, destacou Paco.
Educação Para a Paz by Metropoles on Scribd
Aplicativo
Por meio de um aplicativo, pais e mães receberão as informações de frequência escolar, notas, eventuais infrações disciplinares e até bons atos dos filhos. A tecnologia foi desenvolvida por servidores da própria Secretaria de Educação.
De acordo com GDF, o novo regimento permite a transferência de alunos infratores para outras escolas. Há ainda a imposição de cursos de “correção” e melhoria do convívio social para os estudantes bagunceiros, brigões e envolvidos com atividades ilegais. Nesses casos, os alunos também poderão ser encaminhados para ajudar em atividades de limpeza e administração das escolas. O mau comportamento pode fazer os estudantes receberem notas negativas.
O governo lançou o pacote de medidas para a paz nas escolas na manhã desta quarta-feira (29/05/2019), no Centro de Ensino Fundamental 25 (CEF 25), em Ceilândia. O novo regimento interno foi assinado e será publicado no Diário Oficial do DF (DODF) em breve. Já os projetos da carteira digital e do botão do pânico estão em fase inicial de implantação no colégio.
Histórico
Ao longo de 2019, uma série de episódios de violência abalou a rotina das escolas públicas no DF. Na segunda-feira (27/05/2019), um aluno de 15 anos esfaqueou um colega no Centro Educacional 2 de Taguatinga, popularmente conhecido como Centrão. Uma confusão no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 427, em Samambaia Norte, terminou com um PM jogando gás de pimenta e detendo um aluno.
Em 26 de abril, a briga de estudantes no Centro Educacional 07 de Ceilândia, uma das escolas militarizadas, acabou exigindo a intervenção de policiais militares. Na ação, os PMs imobilizaram e derrubaram um aluno. Outra cena de violência foi vista pela comunidade escolar do próprio CEF 25 de Ceilândia, no dia 25 de fevereiro. Um estudante agrediu um dos professores do colégio. Segundo a pasta da Educação, o aluno teria se “irritado” com uma resposta dada pelo docente.