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Escola pública do DF cria moeda pedagógica para engajar estudantes

Segundo o colégio, projeto garantiu a participação ativa de 98% dos alunos e também reaproximou pais da vida escolar durante a pandemia

atualizado

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Nicabosco
1 de 1 Nicabosco - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Durante as aulas remotas, impostas pela pandemia de Covid-19, estudantes do Centro Ensino Fundamental (CEF) Cerâmicas Reunidas Dom Bosco, em Planaltina (DF), perderam o interesse pelos estudos. Para recuperar a atenção das turmas, a direção da escola pública lançou um projeto para monetizar a participação escolar. A iniciativa foi um gol de placa e a criançada voltou aos estudos.

Aproximadamente 250 alunos estudam na unidade. A direção da escola batizou a inciativa de “Nicabosco: Uma Moeda de Valores”. Segundo a diretora do CEF Cerâmicas, Alence Cristina da Silva Braga, idealizadora do projeto, no começo das aulas remotas, 40% dos estudantes estavam distantes dos estudos, sendo que metade destes aparecia a cada 15 dias e mal fazia atividades. Após o lançamento da moeda educacional, esse percentual caiu para 2%.

“O projeto surgiu como busca ativa no ensino remoto. Os alunos não permaneciam nas aulas. O Nicabosco surgiu para conquistar o aluno e a família para ele permanecer nas aulas”, pontuou. Pais e mães também deixaram de estar engajados com o aprendizado das crianças. Por isso, a participação dos responsáveis também passou a ser bonificada. E conseguiu resgatar o interesse deles.

“Com relação a retirada do material impresso, antes do projeto, a gente não conseguia entregar 75% a 80% no prazo combinado. Depois, nós ficamos sem conseguir entregar menos de 10% de material”, assinalou. Ao longo do processo a comunidade escolar começou a recolher doações. E os estudantes puderam usar as moedas Nicabosco para “compra” os itens, brinquedos e alimentos na “Vendinha do Seu Bosco”, realizada em julho, com temática junina.

Ponto de partida

Segundo a diretora, o ponto de partida para o projeto foi entre os professores da escola. O CEF criou uma moeda pedagógica para a retirada do material pedagógico. A escola montou a papelaria “Dom Bosco” e publicou um link para aquisição remota. A iniciativa foi bem recebida e gerou menos desperdício de itens educacionais e economizou verba pública. “Usar o próprio dinheiro gera consciência”, resumiu a diretora.

A escola integral decidiu ampliar o projeto para alunos e professores, substituindo o antigo sistema de estrelinhas e medalhas pela bonificação educacional em Nicabosco. Cada professor recebeu 10 moedas educacionais por aluno. Estudantes com destaque e bom desempenho nos projetos propostos pelos professores receberam Nicaboscos adicionais. O CEF tem alunos entre 4 a 15 anos.

Veja imagens do projeto:

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O Nicabosco nasceu como uma forma de busca ativa para resgatar a atenção dos alunos durante a pandemia
O projeto também bonificou a participação de pais e mães
A partir da educação financeira, a iniciativa também trabalha outros aspectos pedagógicos
Os alunos recebem também conceitos de meio ambiente
O projeto foi precedido de um piloto para os professores
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Escola pública do DF cria moeda pedagógica

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O Nicabosco nasceu como uma forma de busca ativa para resgatar a atenção dos alunos durante a pandemia

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O projeto também bonificou a participação de pais e mães

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A partir da educação financeira, a iniciativa também trabalha outros aspectos pedagógicos

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Os alunos recebem também conceitos de meio ambiente

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O projeto foi precedido de um piloto para os professores

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Com a volta das aulas presenciais, a escola pretende expandir o projeto

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A moeda educacional é trocada por doações enviadas para a escola

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A primeira "compra" ocorreu em uma "vendinha" no mês de junho

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Estudantes também puderam comprar comida

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Bicicletas também estavam à venda

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A próxima venda será em dezembro

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Antes do começo do projeto, nas aulas remotas, 60% dos alunos estavam engajados, 20% estavam desmotivados e 20% assistiam as aulas de 15 em 15 dias e mal faziam as atividades

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Após o lançamento da Nicabosco, a tava de engajamento saltou para 98%

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Pais também passaram a participar mais, inclusive na busca de material na escola

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O projeto conta com a parceria do BRB

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A escola estuda junto com o IFG a criação de um sistema bancário

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A escola rural de tempo integral tem estudantes do DF e Goiás

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Presencial

Com a volta das aulas presenciais, a escola decidiu manter e ampliar o projeto, reforçando também a educação financeira dos alunos. Muitos estudantes passaram a doar itens que não usam mais em casa que possam chegar às mãos de outras crianças na próxima feira. As notas fazem alusão a animais. “Então entramos nas questões de meio ambiente, solidariedade e cidadania”, ressaltou.

Segundo a diretora, o projeto recebeu apoio da Administração Regional de Planaltina e do Banco de Brasília (BRB). O banco fez palestras remotas sobre educação financeira. E agora está preparando atividades presenciais com os pequenos. Os alunos têm uma poupança com os Nicaboscos na escola. Os pais podem acompanhar o “dinheiro” pela internet.

E os pequenos precisam sacar na hora de gastar. “Com isso, a gente trabalha com os alunos as questões: Eu quero? Eu posso? Eu devo? E muita criança resolveu deixar o dinheiro guardado como poupança. Vai correr juros para a próxima vendinha, marcada para dezembro deste ano, com temática de Natal”, explicou a diretora. E a escola tem registrado melhora nas notas dos alunos, de maneira geral.

Avaliação

O CEF pretende ampliar o Nicabosco como um sistema de avaliação de toda a escola, chegando até o vigia. “Todo mundo quer fazer as suas compras, inclusive eu. Então como será feita a bonificação? Quando a equipe avaliar o trabalho de cada um. É para gente se auto avaliar enquanto profissionais. Para que a gente também possa evoluir e ter acesso a educação financeira, que é importante para todos”, explicou.

Conforme o relato da diretora, a escola também está em negociações com o Instituto Federal de Goiás (IFG) para a criação de um sistema bancário para o Nicabosco.

Empolgação

Moradora de Formosa (GO), a pedagoga e assistente administrativa Erica dos Santos Santiago tem uma filha de 6 anos matriculada no CEF Cerâmicas. “Minha filha ficou muito empolgada. E a gente também como pais. E plantamos a sementinha na cabeça dela: olha se você estudar mais, vai ganhar mais”, contou.

A menina conquistou 67 moedas pedagógicas. Erica não esquece do rosto de alegria na vendinha. “Quando nós chegamos na escola, passamos no caixa e ele pegou o dinheiro… A felicidade dela foi surreal. Não esqueço. Ela ficou muito satisfeita”, recordou. A menina comprou canetas, batom e outros itens. “Meu afilhado estuda lá também. Ele conseguiu um bicicleta com Nicabosco”, completou.

Emoção semelhante foi vivida pelo filho de 10 anos de Rosy Gonçalves da Cruz de Campos, também residente em Formosa (GO). “Eu achei um projeto bom, porque trata também a educação financeira. É muito rico. A gente tem que trabalhar isso com as crianças”, destacou. O menino é um bom aluno. Mas durante a pandemia perdeu a empolgação com os estudos. O Nicabosco resgatou a atenção do pequeno.

Quando o projeto estava em construção, o menino ficou surpreso com o incentivo para doações dos estudantes, bonificadas com Nicaboscos. “Ele voltou a ter interesse nas coisas da escola. E diz assim: mãe isso aqui vale Nicaboscos, a gente tem fazer. Então ele tem melhorado e tem procurado ser mais assíduo com as tarefas. Está sendo tão bom para mim quanto para nossa família”, sorriu Rosy.

Serviço:

Quem quiser mais informações ou apoiar o projeto “Nicabosco: Uma Moeda de Valores” pode entrar em contato com a direção do CEF Cerâmicas pelo telefone: (61) 99959-0672.     

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