Escola do Gama vence no segundo dia de Festival de Curtas no DF
A produção de alunos da unidade de ensino foi eleita a melhor pelo júri popular e pela comissão julgadora do festival
atualizado
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O Centro Educacional 07 do Gama venceu o prêmio de melhor filme do ensino fundamental no 5º Festival de Curtas das Escolas Públicas do DF, nessa terça-feira (26/11/2019). O curta nomeado A Reunião, produzido por 10 estudantes, encena o que deveria ser uma organização empenhada no ensino. A produção foi eleita a melhor pelo júri popular e pela comissão julgadora do festival.
“Nossa mensagem é para que os professores não percam o foco na escola que queremos. Um lugar onde todos participam, com motivação e empenho, uma educação melhor”, afirmou a atriz Ketlyn Fidélis, estudante do 9º ano do CED 07.
Essa terça foi o último dia do festival , com a premiação dos melhores trabalhos audiovisuais realizados pelos estudantes do ensino fundamental. Ao longo de cinco anos, mais de 10 mil participantes e mais de 600 produções foram inscritas nas edições do evento, que é realizado em parceria entre as secretarias de Educação e de Cultura.
O coordenador do evento, Gleison Cardoso, da Gerência de Produção e Difusão de Mídias Pedagógicas da SEEDF, contou que alguns filmes apresentados no festival já rodaram o mundo inteiro. “E foram para a Espanha, Itália, Portugal e Chile”, relatou.
Prêmio
É o caso do longa Palavras em Liberdade, produzido por estudantes do sistema socioeducativo e adaptado para competir no Festival de Curtas. Segundo o coordenador, a história das cartas escritas e lidas por meninos encarcerados foi assistida por mais de 11 mil pessoas.
A ideia foi fazer com que o socioeducando escrevesse para um ente querido, ou para o próprio passado, mensagens de alerta ou lições de vida. A produção venceu o prêmio de melhor fotografia no Festival de Curtas das Escolas Públicas de 2019.
“O prêmio reverbera o próprio sistema. A gente trabalha com o resgate da autoestima, da humanidade. Quando falamos em liberdade, entramos no discurso sobre o que queremos para a vida”, contou o professor de artes visuais Rodrigo Xavier. A produção do vídeo contou com 11 alunos do sistema, do 6º ao 9º ano, em todas as etapas, inclusive na montagem.
Bullying
O bullying também foi tema de destaque nesta edição do festival. No curta Intervalo, do CED 02 do Riacho Fundo I, a frase “todo mundo odeia a Bia” – uma menina com Síndrome de Down – gerou repúdio não somente no amigo autista na trama, mas também em todos os estudantes que estavam na sala do Cine Brasília.
Quando o estudante Vinícius Alves, do 9º ano do CEF 11 de Ceilândia, começou a dançar no vídeo para evitar as provocações dos colegas praticantes de bullying, em Juntos Somos Fortes, todo mundo entrou na onda e se balançou nas cadeiras do cinema.
Campeão na melhor abordagem do tema, a ideia do trabalho dos estudantes do CEF 11 de Ceilândia era mostrar que a escola que eles querem é um espaço de respeito e cooperação. “Falamos sobre problemas que precisam ser reparados. Desejamos um lugar onde haja mais respeito”, reforçou o estudante e ator principal da produção.
Homenagem
Neste ano o festival homenageou a professora Ghisa Porto, do CED São Francisco, em São Sebastião. A professora criou na unidade o festival Chica de Ouro, do qual os estudantes e toda a comunidade escolar participam. “Quando a gente tem um sonho com a educação, queremos que ele tenha as próprias pernas. É muito importante ver a arte se manifestar pela voz de vocês, alunos”, disse, emocionada.
Como premiação, todos os vencedores receberam bolsas de estudo para um curso de edição de vídeo da Escola de Criação em Audiovisual 70 MM. A oficina será ministrada para os campeões em 7 de dezembro deste ano. (Com informações da Secretaria de Educação do DF)