Escola de Ceilândia aprova metade dos alunos em universidades públicas
No total, foram 37 aprovações em universidades federais de alunos de uma escola pública do DF
atualizado
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O Centro Educacional 11 de Ceilândia (CED 11) está em festa. Isso porque a escola, que está localizada em uma região carente e com altos índices de violência do Distrito Federal, próximo da comunidade do Sol Nascente, teve quase metade dos alunos do 3º ano do ensino médio aprovados em universidades públicas.
No total, foram 37 aprovações em cursos superiores variados, como serviço social, engenharia mecânica, geografia, história, jornalismo, ciências biológicas, fisioterapia, pedagogia, entre outras.
Para Jéssica Gomes, uma das estudantes aprovadas na UnB, o acompanhamento dos professores e da direção do colégio foram o suporte para sua aprovação. “A minha escola teve uma importância máxima. Eu me sinto muito feliz porque isso representa grandes oportunidades para o meu futuro. Fui aprovada em fisioterapia pelo Enem e em engenharia mecânica pelo PAS. Escolhi seguir com a engenharia”, revela Jéssica.
Ao se referir aos demais colegas aprovados, a estudante diz está muito contente. “Nós fizemos essa caminhada lado a lado e ver que eles conseguiram alcançar o que sempre sonharam me deixa extremamente alegre”, afirma a futura caloura de engenharia mecânica.
Daniel Silva Dourado é outro aluno do CED 11 que viu seu nome na lista de aprovados em engenharia na UnB. O jovem conta que se não fosse a escola o ajudando a evoluir e o incentivando a correr atrás da aprovação, a vontade de ingressar em um curso superior talvez nunca tivesse sido despertada em seu coração.
“Essa aprovação representa uma vitória muito grande para mim. Além disso, também acredito que ela possa despertar inspiração em outras pessoas que me veem sendo um jovem de periferia que conseguiu conquistar uma vaga em um dos cursos mais concorridos dos vestibulares. Me sinto muito feliz”, conta Daniel.
Segundo o professor Kiko Gadelha, diretor do CED 11, o fato de a escola acolher os adolescentes desde o 6º ano e acompanhá-los até os anos finais fez muita diferença. “É importante valorizar o trabalho dos professores que acompanham esses estudantes há muito tempo”, destaca ele. “Tivemos muitas dificuldades devido à pandemia, mas os alunos se dedicaram bastante e os professores também”, celebra Kiko.
O diretor também aponta a grande contribuição dada pela escola pública à sociedade, mudando a perspectiva de vida de muitos meninos e meninas. “A falta de estrutura existe, com mais investimento iríamos ainda mais longe”, diz ele.
Comemoração
Para celebrar a aprovação e o esforço dos alunos, a escola organizou, em agosto, um café da manhã para os primeiros nomes divulgados por instituições de ensino superior público. Na ocasião, os alunos foram homenageados e receberam como presente placas comemorativas.